Se os efeitos do uso prolongado da maconha sobre nossa memória pode efetivamente ser prejudicial, uma pesquisa realizada por uma universidade alemã concluiu que a idade é um fator determinante para tal equação – e que, sobre usuários mais velhos, o efeito do THC pode ser o contrário, aguçando, impulsionando e melhorando a memória do usuário idoso.
Esse ao menos foi o resultado da pesquisa realizada com ratos por cientistas da Universidade de Bonn. Para tal, o experimento dividiu os animais em três grupos: jovens ratos, ratos na meia idade e um terceiro grupo de ratos idosos. O teste envolvia a capacidade cognitiva e de memória dos animais utilizando pequenos labirintos sob o uso de pequenas doses diárias de THC, a substância responsável pela onda na maconha.
A memória de curto prazo dos ratos jovens ficou prejudicada – efeito que condiz com experimentos similares realizados com seres humanos. Esse, porém, é uma consequência reversível. Surpreendentemente, no entanto, entre os ratos idosos o resultado foi de uma melhor cognitiva sensível, com melhores resultados dentro dos labirintos – tornando o desempenho dos idosos, que antes era consideravelmente pior, tão bom quanto dos ratos jovens.
A sugestão é de que os canabinoides rejuvenesceram a cognição dos ratos. O motivo, segundo os cientistas, estaria na capacidade da maconha de imitar substâncias que nosso corpo produz, processadas pelo sistema endocanabinoide, presente em todos os mamíferos. Se nos jovens, nos quais o sistema funciona bem, o estímulo pode bagunçar a cognição, entre os idosos o THC pode acabar por equilibrar sintomas de declínio cognitivo. A experiência em Bonn foi repetida diversas vezes, sempre com o mesmo resultado. Os cientistas alertam, porém, que a dose de THC era efetivamente pequena – muito abaixo do que ingerimos em um baseado.