Apesar de todo o avanço tecnológico, a lista de planetas e exoplanetas conhecidos por nós não vai muito além de nossa galáxia, a Via Láctea. Sabemos que o maior planeta em nosso Sistema Solar é Júpiter. Tanto em diâmetro, quanto em massa. O planeta gasoso é tão grande que tem 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas juntos.
Mas você já se perguntou se existe, no universo, um planeta ainda maior do que Júpiter? Uma equipe internacional de astrônomos descobriu o maior planeta já conhecido orbitando uma outra estrela. O planeta é definido como em trânsito astronômico, o que significa que ele passa na frente de sua estrela-mãe, e pode ser visto da Terra. Este é cerca de 70% maior do que Júpiter.
No entanto, esse gigante de gás tem uma massa muito menor do que a de Júpiter. O que torna sua densidade extremamente baixa. Detalhes sobre a descoberta foram publicados na revista científica Astrophysical Journal.
A descoberta se trata de um exoplaneta, que se caracteriza por um planeta que orbita uma estrela que não seja o Sol. Ele foi chamado de TrES-4 e está localizado na constelação de Hércules. O exoplaneta foi descoberto por uma equipe que trabalhou no projeto de observação astronômica, chamado Trans-Atlantic Exoplanet Survey (TrES), ou Levantamento Exoplaneta Transatlântico, em tradução livre. Sua composição, basicamente, se dá por hidrogênio.
O TrES-4 orbita a estrela GSC02620-00648, e está localizado a cerca de 1.435 anos-luz da Terra. O exoplaneta está posicionado a apenas cerca de sete milhões de quilômetros de sua estrela-mãe. Outra descoberta, feita pelos cientistas, é o quão quente é este planeta. Sua temperatura chega a incríveis 1.327 graus Celsius.
Devido a relativamente fraca tração exercida pelo TrES-4 em sua atmosfera superior, parte da atmosfera do planeta está escapando, formando uma cauda muito semelhante a de um cometa. "O TrES-4 é o maior exoplaneta conhecido", disse Georgi Mandushev, do Observatório Lowell, em Flagstaff, nos Estados Unidos, principal autor do estudo.
O exoplaneta é muito grande. Segundo os cientistas, seria difícil explicar suas proporções usando os atuais modelos científicos para planetas gigantes superaquecidos. "Continuamos surpresos com o tamanho relativamente grande desses planetas gigantes", disse Francis O'Donovan, estudante de pós-graduação do Instituto da Califórnia (Caltech) e um dos integrantes do TrES.
"Mas se pudermos explicar os tamanhos desses planetas inchados em seus ambientes hostis, isso pode nos ajudar a entender melhor nossos próprios planetas do Sistema Solar e sua formação".
Sua densidade foi estimada em 0,2 gramas por centímetro cúbico. Isso é tão baixo que o exoplaneta, teoricamente, poderia flutuar sobre a água. Um planeta, em trânsito astronômico por definição, passa diretamente entre a Terra e a estrela. O que o faz bloquear um pouco a luz da estrela e, consequentemente, uma baixa em seu brilho.
"O TrES-4 bloqueia cerca de 1% da luz da estrela quando passa em frente a ela", disse Mandushev. "Com nossos telescópios e técnicas de observação, podemos medir essa pequena queda no brilho da estrela e deduzir a presença de um planeta lá". O TrES-4 dá uma volta completa em torno de sua estrela-mãe a cada 3,5 dias. Ou seja, um ano, neste planeta, é menor do que uma semana na Terra.
O TrES consiste em uma rede de três telescópios de 10 centímetros, localizados no Arizona (EUA), na Califórnia (EUA), e nas Ilhas Canárias, na Espanha. Para obter as exatas medidas do TrES-4, astrônomos utilizaram o telescópio de 0,8 metros no Observatório Lowell, no Arizona, o telescópio de 1,2 metros no Observatório Whipple, também localizado no Arizona, e o telescópio Keck de 10 metros no Havaí.