Com os resultados positivos de uma vacina contra o coronavírus sendo divulgados pela empresa norte-americana de biotecnologia Moderna e os avanços de um grupo de cientistas de Oxford, na Inglaterra, a perspectiva de uma imunização contra o novo vírus parece cada dia mais próxima – e só com ela a vida poderá voltar a ser como antes. Apesar das últimas notícias serem promissoras, ainda vai demorar um pouco para que uma vacina segura e eficaz seja desenvolvida, produzida e distribuída em larga escala. As informações são do Metrópoles.
A proposta americana, por exemplo, apresentou bons resultados em oito voluntários: eles desenvolveram anticorpos semelhantes aos de pessoas que foram infectadas e estão curadas da doença. Agora, é necessário saber se, em contato com o Sars-CoV-2, o corpo apresentará a mesma eficiência, tornando-se imune ao vírus. Esse contágio, entretanto, precisa acontecer de maneira aleatória, estudos nos quais o contaminação é proposital não são autorizados em protocolos de pesquisa.
Agora, a vacina da Moderna será administrada para outras 600 pessoas e, em uma etapa seguinte, programada para julho, será testada em milhares de voluntários.
Já a imunização desenvolvida pela equipe de Oxford está mais avançada. Cerca de 1,1 mil pessoas estão participando dos testes e os primeiros resultados devem ser apresentados em agosto. O esperado é que os voluntários sejam contaminados pelo coronavírus naturalmente e que consigam reagir a ele com os anticorpos desenvolvidos após terem sido imunizados. Se, de fato, funcionar, a vacina estaria pronta ainda em setembro.
Expectativa X Realidade
Cumprida a fase de testes, é necessário que a vacina seja aprovada no órgão competente de seu país de origem e o laboratório responsável seja capaz de produzi-la em larga escala. Como a população mundial inteira precisa ser protegida, e é complicado ter um sistema capaz de produzir bilhões de imunizações, provavelmente os grupos de risco terão prioridade na distribuição (como é feito com a vacina da gripe, por exemplo).
Para que a imunização chegue ao Brasil, o Ministério da Saúde deve se movimentar para garantir o acesso aos brasileiros. O agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse, em coletiva durante seu mandato, que o governo já estava em contato com laboratórios internacionais para colocar o país na fila.
Mas, como o Brasil não entrou no fundo de vacinas criado pela União Europeia para fomentar o desenvolvimento de pesquisas, não é garantido que tenhamos prioridade.No Twitter, o microbiologista Átila Iamarino, que se tornou uma das principais vozes da ciência sobre o coronavírus no Brasil, afirma que a decisão de ficar fora do grupo pode custar caro ao país.