O cara estava na pior. Sua vida não fazia mais sentido algum e o suicídio era iminente. Porém, antes de dar cabo à própria vida, o sujeito deu um sossego ao desespero e ligou para receber aconselhamento de um religioso, em uma dessas linhas à la CVV (Centro de Valorização à Vida).
Eram 2h de uma sexta-feira e do outro lado da linha, durante a madrugada sueca, estava um religioso disposto a fazer de tudo para evitar a morte de um homem de 44 anos.
O suicida disparou a falar e a desafogar toda a angústia que fazia pressão em seu peito. Porém, após cinco minutos de monólogo, o sujeito deprimido notou um incômodo silêncio na ligação, seguido por um barulho suspeito.
- Pensei que ele poderia estar tomando notas daquilo que eu estava falando. Para ter certeza, perguntei. Antes que ele me respondesse, percebi um suspiro profundido, típico de alguém que estava dormindo e acabou de ser acordado.
Isso mesmo. O homem que estava a postos para ajudar o próximo por meio de uma ligação telefônica sucumbiu ao sono e deixou o suicida falando com o vento.
A situação ficou ainda mais desagradável quando o religioso voltou a cochilar, minutos depois.
Porém, talvez esta tenha sido uma estratégia engenhosa do homem. Em vez de ficar ainda mais deprimido e chateado, o suicida encheu seu coração de ódio e desligou o telefone na cara do dorminhoco. No entanto, a raiva foi tamanha que o ímpeto suicida do desesperado foi embora.
- Isso não é aceitável. Eu precisava de ajuda e recebi um ronco no telefone como resposta ao meu desespero. Estou profundamente desapontado.
Sim, caros. O suicida pode estar desapontado, bravo, P da vida. Mas, ele ainda está vivo. Até porque este é um pré-requisito para poder xingar e se revoltar contra um religioso trapalhão.
Em entrevista a um jornal local, a responsável pelo serviço telefônico de auxílio aos desesperados da Suécia, Monica Eckerdal Kjellstroem, afirmou que outros religiosos já haviam dormido durante uma conversa franca com suicidas em potencial.
- Isso não deveria acontecer, mas às vezes eles dormem mesmo. É inevitável.
Ela prometeu demitir os dorminhocos se o incidente voltar a acontecer.