Conhecer a costa atlântica da França, no Golfo da Biscaia, pode parecer um destino empolgate para muita gente, mas quem esteve lá no começo deste ano pode ter trombado com um cena nada agradável: golfinhos mortos. Essa região costuma ter várias incidências desse tipo, mas nunca foi tão intenso quanto em 2019. Só nós 3 primeiros meses do ano, ao menos 1,1 mil animais foram encontrados mutilados.
A pesca industrial é a principal responsável pela morte dos golfinhos. Os mamíferos não são alvos dos pescadores, mas acabam presos em suas redes de arrasto e acabam esquartejados para serem libertos da teia. Ainda que seja comum nessa época do ano encontrar animais mortos por conta disso, neste ano a incidência foi cerca de 30 vezes maior do que o normal.
Segundo Willy Daubin, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da Univerisdade de La Rochelle, localizada às margens do Golfo de Biscaia, só os 3 primeiros meses do ano já superaram o ano de 2018 inteiro. O número de animais mortos é superior, inclusive, ao dos últimos 40 anos de monitoramento.
O caso é tão grave que levou o Ministro da Ecologia da França, François de Rugy, dizer que o país deverá lançar um programa de combate a esse tipo de mutilação contra os golfinhos. O trabalho de conscientização deverá atingir principalmente os pescadores. Porém, ONGs ambientais acreditam que isso não passará de mais uma promessa que nunca será cumprida.
Segundo a Sea Shepherd, ONG que critica a maneira que a pesca industrial é feita, muitas embarcações não estão equipadas com repelentes acústicos, que poderiam afastar os golfinhos das redes de arrasto. “Exigimos a proibição de todos os métodos de pesca não seletiva em áreas sensíveis e, particularmente, em áreas onde vivem mamíferos marinhos”, pede Lamya Essemlali, presidente da Sea Sheperd.