
A bordo do espaço desde 5 de junho, os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore finalmente voltaram à Terra, nesta terça (18), após uma missão que deveria durar apenas oito dias, mas se estendeu por nove meses. Apesar do longo tempo longe do planeta, o recorde de permanência ainda pertence ao cosmonauta russo Valeri Polyakov, que passou 437 dias na estação espacial Mir entre 1994 e 1995.
Consequências
Mas o que acontece com o corpo humano após tanto tempo em microgravidade? Quais desafios esperam os astronautas quando voltam para a Terra? São várias as consequências que afetam a estrutura óssea, a retenção de líquido, o estado emocional, dentre outras mudanças. Descubra os impactos físicos e mentais dessa experiência extrema.
Ossos e músculos
🏋️ Sem a gravidade terrestre, o corpo humano passa por mudanças drásticas. Um dos principais impactos ocorre nos ossos, que perdem cerca de 1,5% de sua densidade a cada mês. Sem o peso do corpo exercendo pressão, o organismo "entende" que não precisa manter estruturas tão resistentes, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas.
Atrofiamento
Os músculos também sofrem com a falta de uso e podem atrofiar rapidamente. Para minimizar esses efeitos, os astronautas seguem uma rotina rigorosa de exercícios, dedicando cerca de 2,5 horas diárias a treinos aeróbicos e de resistência. Entre os equipamentos utilizados, estão esteiras, sistemas de levantamento de peso e ciclismo estacionário.
Rosto inchado e visão alterada
👩💻 No espaço, os fluidos do corpo deixam de ser puxados para a parte inferior, deslocando-se para a cabeça. Isso causa um fenômeno conhecido como "moon face" (rosto inchado e arredondado) e pode afetar a visão. Alguns astronautas relatam alterações que persistem mesmo após o retorno à Terra.
Sistema imunológico
🧑💉A longa permanência no espaço também afeta o sistema imunológico. O estresse do ambiente confinado, a exposição à radiação e a alteração do ritmo circadiano podem enfraquecer as defesas naturais do corpo. Isso torna os astronautas mais vulneráveis a infecções e ativações de vírus latentes.
Além disso, sem a proteção do campo magnético terrestre, eles ficam expostos a altos níveis de radiação cósmica, o que pode aumentar os riscos de câncer e doenças degenerativas no longo prazo.
Sono comprometido
🌚 Dormir no espaço é um desafio. Sem o ciclo natural de dia e noite, aliado aos ruídos constantes da estação espacial, muitos astronautas têm dificuldades para descansar. Por isso, alguns precisam recorrer a medicamentos para garantir um sono adequado.
Reaprendendo a viver na gravidade
🚶️O retorno à Terra também exige adaptação. Nos primeiros momentos após o pouso, os astronautas precisam de ajuda para se manterem em pé, pois seus corpos perdem temporariamente a capacidade de coordenar movimentos e manter o equilíbrio. Tonturas e enjoo são comuns nessa fase inicial. A recuperação completa leva cerca de 45 dias, com um programa intensivo de recondicionamento físico. Durante esse período, uma equipe médica monitora constantemente o progresso dos astronautas.
Lesões
💪A readaptação à gravidade é desafiadora: cerca de 92% dos astronautas sofrem algum tipo de lesão ao retornar à Terra. Entre os casos mais comuns estão:
Distensões e torções musculares (59%)
Lesões em tendões (20%)
Fraturas (16%)
Problemas relacionados à baixa densidade óssea (5%)
Teste
Com tantos desafios, cada missão espacial se torna um verdadeiro teste para os limites humanos. Os estudos sobre os impactos da microgravidade ajudam a preparar futuras missões de longa duração, como uma eventual viagem a Marte. O espaço pode ser fascinante, mas voltar para casa também é um grande desafio! 🌍