Sinestesia: saiba como funciona o cruzamento dos sentidos

A sinestesia parece ser uma condição um tanto quanto mais recorrente dentro do mundo artístico, tendo alguns casos famosos pela história.

Sinestesia | Reprodução
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Sabe qual é o som da cor azul? Ou então que gosto tem a palavra “amor”? Se para você esse conceito pode parecer esquisito, existe uma pequena parcela de pessoas no mundo que literalmente conseguem vivenciar essa maluca mistura de sensações criadas pela mente humana.

Conhecido como sinestesia, essa condição neurológica afeta cerca de 1 a 4% da população mundial e faz com que os estímulos de um sentido primário acarretem reações involuntárias de um segundo sentido. Dessa forma, esses indivíduos podem saborear canções, cheirar palavras ou até mesmo ter sensações táteis por uma voz.

O mistério da sinestesia

Em entrevista, o psicólogo cognitivo da Universidade de Michigan David Brang disse receber e-mails o tempo todo de pessoas lhe perguntando se suas sensações peculiares podem de certa forma serem caracterizadas como um caso de sinestesia.

O grande problema é que ainda não existem testes concretos que possam diagnosticar precisamente essa condição. “É um mix de sensações, o que torna esse transtorno muito difícil de ser identificado através da metodologia de engenharia reversa”, completou Brang.

A teoria mais forte entre a comunidade científica é de que cérebros sinestésicos possuem conexões neurais extras. Dessa forma, um determinado tipo de estímulo pode despertar a reação de dois ou mais meios sensoriais de uma pessoa, fazendo com que, por exemplo, um primeiro encontro possa ser arruinado por alguém possuir um nome de “mau gosto” — literalmente.

Casos famosos

Reproduçao

A sinestesia parece ser uma condição um tanto quanto mais recorrente dentro do mundo artístico, tendo alguns casos famosos pela história. Em 1876, o compositor e maestro húngaro Frank Listz demonstrou-se extremamente irritado com seus músicos na Academia Real de Música de Budapeste.

Na visão de Listz, a orquestra seguia tocando uma versão “exacerbadamente rosa”, quando na verdade deveriam tentar serem “um pouco mais azuis”. Já para o artista plástico russo Wassily Kandinsky, nascido em 1866, cada canção lhe presenteava com belas cores, que posteriormente eram pintadas em suas telas.

Ao mesmo tempo que o conteúdo extra sensorial possa ser extremamente difícil de ser compreendido por pessoas não sinestésicas e consegue se tornar um certo empecilho nas atividades cotidianas, é inegável que estas pessoas adquirem uma visão de mundo completamente extraordinária.

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