Pela primeira vez na história, uma nave espacial "tocou" o Sol, segundo anunciou a Nasa, na última terça-feira, 14 de dezembro. A sonda Parker Solar Probe entrou na camada externa da atmosfera solar, conhecida como corona e coletou amostras de partículas e campos magnéticos durante o mergulho.
Segundo o astrofísico Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missão Científica da Nasa, foi "um momento monumental para a ciência solar e um feito realmente extraordinário".
"Não apenas este marco nos proporciona uma compreensão mais profunda da evolução do nosso Sol e de seus impactos em nosso sistema solar, mas tudo o que aprendemos sobre nossa própria estrela também nos ensina mais sobre as estrelas no resto do universo", informou.
Lançada em 2018, a Parker estava a 13 milhões de quilômetros do centro do Sol quando entrou pela primeira vez na atmosfera solar, e ali permaneceu por cerca de cinco horas. A nave espacial mergulhou para dentro e para fora da corona pelo menos três vezes, se deslocando a mais de 100 quilômetros por segundo, de acordo com os cientistas.
Segundo a Nasa, a sonda já havia entrado na atmosfera solar em abril, na oitava aproximação que fez do Sol. Dados preliminares sugerem que a Parker também mergulhou na corona durante sua nona aproximação, em agosto, mas cientistas afirmaram que mais análises são necessárias. Em novembro, a sonda fez sua décima aproximação da atmosfera solar.
Descobertas
Diferentemente da Terra, o Sol não tem uma superfície sólida. Mas tem uma atmosfera superaquecida, feita de material solar ligado a ele pela gravidade e forças magnéticas. O calor e a pressão empurram esse material para longe do Sol até que a gravidade e os campos magnéticos ficam fracos demais para contê-lo. Esse fenômeno dá origem ao vento solar, que é um fluxo contínuo de partículas energéticas emitidas pela corona solar e que pode afetar as atividades na Terra, desde os satélites até as telecomunicações.
Nour Raouafi, da Universidade Johns Hopkins e cientista de projeto da sonda Parker, afirmou que a corona parece conter mais poeira do que se pensava. Segundo ele, futuros mergulhos na atmosfera solar ajudarão cientistas a entender melhor a origem do vento solar e como ele é aquecido e acelerado através do espaço.
A Parker vai continuar se aproximando do Sol e mergulhando mais fundo na corona até sua órbita final em 2025.
Com informações do Deutsche WelleDeutsche Welle via Climatempo