Grandes e robustas as árvores nunca são pensadas de maneira diferente do senso comum, ou seja, um bom lugar para fazer sombra e, às vezes, render alguns frutos para o consumo. Mas ela, que muitas vezes é vista só como parte de uma paisagem maior, tem suas peculiaridades e são muitas. Com informações do Fatos Desconhecidos.
Somos ensinados, desde sempre, que as árvores são extremamente importantes para o nosso planete. E algumas pessoas acreditam que elas tenham um misticismo próprio e que podem até se movimentar à noite.
De fato, algumas árvores levantam e abaixam seus galhos diversas vezes durante a noite, sem interferência do vento. Isso indica um ciclo de transporte de água e glicose, sendo assim, sua própria versão de 'batimentos cardíacos'.
Mas e se além de fazerem ótimas sombras e de darem frutos, as árvores fossem capazes de gerar eletricidade? Esse sonho, que tornaria o uso de combustíveis fósseis, usinas hidrelétricas e nucleares obsoleto, pode ser que se torne verdade. O que é discutido, não é bem se isso é possível, mas se é, de fato, a melhor das opções.
Os pesquisadores da China, Itália e Japão estão trabalhando nas árvores especiais, que têm o efeito triboelétrico na folhagem de suas plantas. Esse fenômeno acontece quando certos materiais sofrem atrito e depois são separados. E isso gera eletricidade.
As folhas, que são carregadas positivamente, produzem quantidades pequenas de energia, quando elas entram em contato com o tronco da árvore. Ou então, com qualquer outro material que esteja carregado negativamente. O que a equipe quer fazer, é captar a capacidade energética em uma micro rede biológica.
Para que as árvores sejam transformadas em geradores de eletricidade, os pesquisadores usaram técnicas de biologia sintética, que é chamada de engenharia genética. Eles fizeram isso com uma árvore olmo. A formação de galhos teve interferência. Eles fizeram de modo que eles ficassem maiores e mais grossos. Além da densidade das folhas, eles colocaram genes para repelir as pragas e acelerarem a taxa de crescimento da planta.
A eletricidade, que seria coletada das folhas, seria conduzida pelo tronco da árvore, até uma estrutura subterrânea. Nela, teria uma bateria capaz de armazenar até 103kh/h de eletricidade.
"Quando totalmente grande, uma árvore pode alimentar sete casas americanas, e americanos consumem muita energia!", diz Catalina Lotero, designer industrial integrante da equipe multidisciplinar.
Esse projeto de fazer com que elas sejam transformadas em geradores de energia foi apresentado em uma conferência na África do Sul. O resultado final será capaz de ficar pronto daqui algumas décadas. Isso porque é necessário esperar pelo ciclo de crescimento das árvores. E os Olmos levam 40 anos até chegar a sua fase madura.
A ideia já está pronta, mas a questão é se ela deve ser realmente colocada em prática. A equipe reflete sobre as implicações éticas desse experimento. Se todos tivessem acesso a esse tipo de árvore, isso poderia ter um impacto negativo na diversidade dos biomas.
"E se as pessoas se empolgarem com essas árvores e retirarem plantações, árvores frutíferas e todo o resto. O que aconteceria com a vida selvagem? É eticamente correto usar algo que está vivo e alterá-lo como um produto?", disse Lotero.
As empresas de tecnologia têm procurado, cada vez mais, profissionais para dizer quais são as implicações éticas desses produtos de inteligência artificial, antes de seguir com eles. Uma das empresas, especializadas nisso, é a Unintended Consequences of Tecnology Lab, que fica em São Francisco.
"Eu acho que como designers, pesquisadores, arquitetos, cientistas e todos os outros que estão projetando o futuro, temos que reservar um tempo, para pensar no pior cenário de cada projeto", conclui Lotero.