Tempestade solar 'severa' ameaça serviços de comunicação e rede elétrica

A tempestade solar, inicialmente classificada como de nível 4 em uma escala que vai até 5, pode causar falhas nas comunicações, na rede elétrica e nos satélites, segundo o centro

Tempestade solar forte deve impactar a Terra nesta semana | Reprodução/Redes sociais
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Uma intensa erupção solar e uma ejeção de massa coronal emitidas pelo Sol podem provocar auroras coloridas nos céus dos Estados Unidos, além de possíveis interrupções na infraestrutura de comunicações, conforme alerta o Centro de Previsão do Tempo Espacial do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.

A tempestade solar, inicialmente classificada como de nível 4 em uma escala que vai até 5, pode causar falhas nas comunicações, na rede elétrica e nos satélites, segundo o centro. As auroras poderão ser vistas em locais como Alabama e norte da Califórnia, muito mais ao sul do que o habitual. A tempestade chegou à Terra às 12h17 (horário de Brasília) nesta quinta-feira (10), com previsão de durar até sexta-feira. 

Já foram observadas condições de tempestade de nível 3 (G3) às 0h49, e o centro confirmou que a tempestade alcançou o nível 4 (G4) às 13h57, no mesmo horário de Brasília.

Movendo-se a cerca de 2,4 milhões de quilômetros por hora, a tempestade atingiu os satélites Deep Space Climate Observatory e Advanced Composition Explorer, que orbitam a cerca de 1 milhão de milhas da Terra, cerca de 15 a 30 minutos antes de chegar ao nosso planeta.

Esses satélites medem a velocidade e a intensidade magnética da tempestade, explicou Shawn Dahl, coordenador de serviço do Centro de Previsão do Tempo Espacial, em uma entrevista coletiva na quarta-feira.

Durante a semana, ocorreram várias erupções solares intensas, conhecidas como erupções de classe X, que coincidiram com ejeções de massa coronal na terça-feira.

As ejeções de massa coronal (CMEs) são grandes nuvens de plasma e campos magnéticos que se desprendem da atmosfera solar. Quando essas ejeções são direcionadas à Terra, podem desencadear tempestades geomagnéticas, que afetam o campo magnético do planeta.

Essas tempestades geomagnéticas podem prejudicar tanto a infraestrutura espacial quanto a terrestre, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo Espacial dos EUA.

Como precaução, o centro informou a Agência Federal de Gestão de Emergências, operadoras da rede elétrica na América do Norte e operadores de satélites para se prepararem para eventuais interrupções, especialmente considerando o furacão Milton, que também exige preparativos, segundo Dahl.

Embora tempestades de nível 4 sejam comuns em um ciclo solar, as de nível 5, como a registrada em maio, são extremamente raras. Esta nova tempestade tem cerca de 25% de chance de atingir esse nível máximo, afirmou Dahl.

Aumento da atividade solar

Com a aproximação do máximo solar, que é o auge do ciclo de 11 anos do Sol previsto para este ano, o Sol está se tornando mais ativo, e os cientistas estão observando erupções solares cada vez mais fortes.

Essa maior atividade solar causa o aparecimento das auroras, também conhecidas como luzes do norte e luzes do sul, nos polos da Terra. Quando as partículas energéticas das CMEs atingem o campo magnético terrestre, interagem com os gases atmosféricos, gerando essas luzes coloridas no céu.

Atualmente, os cientistas acreditam que auroras poderão ser vistas em estados do centro-leste e do meio-oeste dos EUA, mas ainda não há certeza se a tempestade resultará em um fenômeno global, como ocorreu com a G5 em maio. Contudo, se a tempestade escalar para G5, auroras poderão ser observadas até em estados mais ao sul.

A NOAA sugere o uso do painel de auroras do centro para verificar se as luzes podem ser vistas em sua região. O painel é atualizado constantemente com previsões em tempo real.

A chance de ver auroras também é maior nesta época do ano, quando anoitece mais cedo. Quem observou auroras no último fim de semana devido a uma tempestade G3 conseguiu vê-las pouco tempo após o anoitecer, disse Dahl. Mesmo que as luzes não sejam tão visíveis a olho nu, sensores de câmeras e celulares podem capturá-las.

Possíveis interrupções

Os cientistas da NOAA não acreditam que esta tempestade ultrapasse a de maio. Antes disso, a última tempestade G5 ocorreu em 2003, causando apagões na Suécia e danos a transformadores na África do Sul.

Na tempestade geomagnética de maio, clientes da John Deere relataram dificuldades com GPS, mas, em geral, a rede elétrica e os satélites conseguiram lidar com a situação. Aquela foi a tempestade espacial mais bem gerida da história, segundo Dahl.

Os cientistas continuam monitorando os aumentos na atividade solar, pois podem fornecer pistas sobre o estado atual do ciclo solar.

A ejeção de massa coronal desta semana foi a mais rápida registrada neste ciclo solar até agora, mas isso não significa que já alcançamos o pico da atividade. Grandes tempestades podem ocorrer mesmo após o máximo solar, explicou Dahl. O ciclo solar continuará ativo até, pelo menos, 2026.

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