Teto de casa “derrete” por causa do calor em Roraima; Fotos!

Teto da casa tem a aparência de pano velho, chama a atenção e desperta a curiosidade de quem passa.

Casa abandonada em Boa Vista | Caique Rodrigues/G1
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Uma casa localizada na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro dos Estados, zona Leste de Boa Vista, em Roraima, tem chamado a atenção de muita gente. Isso porque o telhado da residência "derreteu" por conta do desgaste do sol. A cena gera curiosidade e piadas entre os moradores que relacionam o derretimento com o calor de Roraima. 

No último sábado (8), a temperatura chegou a 36,4°C, o dia mais quente de 2022 até agora. Nos picos de calor, a sensação térmica pode chegar a 40 °C no estado.

Telhado parece ter derretido com a ação do tempo | FOTO: Caique Rodrigues/G1

De acordo com a doutora em Patologia das Construções e professora do curso de Engenharia Civil na Universidade Federal de Roraima (UFRR), Gioconda Martinez, essas telhas provavelmente eram feitas de compósito de fibras com cimento asfáltico, conhecidas como telhas de fibrocimento, que, expostas a temperaturas muito elevadas, acabam derretendo.

"Isso possivelmente se deu devido ao ponto de amolecimento desse material, que não respondeu bem para uma cidade e para essas regiões de temperatura muito elevada", informou ao g1.

Teto "derretido"  em casa em Roraima | FOTO: Caique Rodrigues/G1

Já o doutor em física pela Universidade de Campinas (Unicamp) e também professor na UFRR, Roberto Câmara, explicou que o fenômeno que causou se chama "intemperismo" e, embora, cause essa percepção de derretimento, o que houve, na verdade, foi o "amolecimento" das telhas.

"Esse processo que ocorre pela ação da chuva e do sol, chamamos de intemperismo. Ele não causa derretimento diretamente, mas causa o desgaste do material, principalmente perda das propriedades mecânicas. Ou seja, não há possibilidade da ação de chuva e sol derreter o material, mas sim de amolecer", explica.

Ele destacou que para derreter um material como uma telha comum é necessário que haja uma exposição a 400 graus Celsius.

A casa está abandonada. O portão, enferrujado, está aberto e o quintal consumido por capim. Dentro da casa, o forro caído dá destaque ao derretimento das telhas. Vizinha do local, a funcionária pública Helena Melo, de 59 anos, dona de uma loja de artigo de festas ao lado, informou que a casa foi abandonada há 15 anos, após passar por uma reforma em que chegou a trocar a telha por uma mais barata.

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