Ricardo Feltrin - Colunista UOL
A TV por assinatura está murchando no mundo todo. Nos Estados Unidos, país que "inventou" essa mídia e chegou a ter mais de 90 milhões de assinantes até cinco anos atrás, o esvaziamento ocorre a olhos (e bolsos) vistos. Hoje são menos de 73 milhões. E a queda continua.
Só nos últimos três anos a TV por assinatura norte-americana perdeu mais de 13 milhões de assinantes, o que é quase "um Brasil" inteiro de assinantes (14,8 milhões).
Cord cutters
O fenômeno tem até um nome para defini-lo: "cord cutting" ou "cord cutters" (os "cortadores de cabo"). Esse fenômeno está crescendo no Brasil também. Desde 2014, cerca de 1 em cada 4 famílias brasileiras que tinha TV por assinatura também desistiu de continuar pagando operadoras de TV.
Só no ano passado a TV paga brasileira perdeu quase 800 mil assinantes, como esta coluna informou recentemente. Essa situação se agravou (para as operadoras) nos últimos dois anos com a explosão dos serviços de streaming no Brasil e o aprofundamento da crise econômica e do desemprego.
Essa situação se agravou (para as operadoras) nos últimos dois anos com a explosão dos serviços de streaming no Brasil e o aprofundamento da crise econômica e do desemprego. E o Brasil tem outros "fenômenos" que complicam ainda mais a situação.
A saber:
1) a pirataria de sinais da TV por assinatura, que está sendo facilitada por novos equipamentos e aplicativos (como a IPTV, que são vendidos em qualquer lugar);
2) a crescente perda de empregos dos brasileiros;
3) a péssima grade de programação, baseada em repetições infinitas dos mesmos programas, além dos intervalos "comerciais" constantes e cansativos;
4) preços considerados abusivos (as operadoras negam).
A TV paga brasileira terá de se reinventar se quiser continuar relevante.