Se tem uma coisa que se espalha rápido na internet é boato. Um recente associou o uso de máscaras faciais(cruciais para controlar a disseminação do novo coronavírus) a efeitos negativos na saúde quando usadas durante as atividades físicas. As informações são da Veja.
Pois o cardiologista Fabrício Braga, diretor médico Laboratório de Performance Humana (LPH) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, resolveu tirar essa história a limpo. Até porque, em muitos locais do Brasil, academias e parques reabriram, estimulando a prática de exercícios. Com os casos de Covid-19 ainda em alta, não é um bom momento para ter medo de recorrer à máscara como medida de proteção.
Para avaliar os efeitos fisiológicos causados pelo acessório durante a prática esportiva, o médico recrutou 12 voluntários. Eles pedalaram com máscara por um total de 12 minutos – seis com carga leve e, nos outros seis, com carga moderada.
O principal achado da experiência foi a queda na frequência respiratória. “Todo o mecanismo de adaptação que acontece é baseado nisso”, comenta o pesquisador. Ele explica que, como é preciso vencer a resistência provocada pela máscara para inspirar e expirar, é natural que o ciclo da respiração demore mais. E, à medida que o exercício se torna mais intenso, há maior necessidade de colocar ar dentro do pulmão. Nesse momento, abrem-se dois caminhos possíveis: respirar de forma acelerada ou mais prolongada.
“Quem opta por respirar mais rápido acaba enfrentando maior dificuldade. Isso porque não dá tempo suficiente para ocorrer essa troca de ar. A máscara dificulta”, descreve. Daí a sensação de desconforto. Outra queixa que apareceu no decorrer da investigação foi a sensação de calor na região do rosto, já que a temperatura ali subiu cerca de 1° C.
Mas o médico frisa que o problema é somente esse: o desconforto. Embora o trabalho tenha indicado que ocorre um aumento na frequência cardíaca com a máscara, isso não representa nenhum perigo ao organismo.