Os motivos para estar conectado na internet durante a quarentena são (quase) infinitos. Mas se a tela dos computadores e smartphones têm sido sua melhor amiga durante o período de distanciamento social, está na hora de repensar essa relação. Isso porque, direta ou indiretamente, elas podem ser responsáveis por piorar a qualidade do seu sono, aumentar o nível de estresse, causar manchas na pele, além de lesões nos dedos. Abaixo, conversamos com especialistas que te explicam por que deixar o celular de lado e buscar novas atividades pelo menos duas horas antes de dormir pode mudar seu dia.
Confira:
Qualidade do sono
“Dispositivos eletrônicos como celulares, computadores e TV emitem a chamada luz azul, responsável por dizer ao nosso cérebro para acordar e estar alerta pela manhã. Esse problema ainda é pior no caso dos smartphones, que são usados mais próximos ao rosto e a incidência dessa luz é mais direta. O uso desses dispositivos à noite pode causar insônia ou piorar muito a qualidade do sono”, explica Mário Farinazzo, médico cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Sem estresse
Ainda estamos nos adaptando ao novo normal que é viver dentro de casa, e para isso, o corpo também precisa se ajustar. “Durante o dia acumulamos tensões que andam junto a liberação do cortisol no nosso corpo, também conhecido como o hormônio do estresse. Quando chega a noite, essa descarga hormonal é responsável pelos picos de ansiedade, que também podem interferir no sono”, explica Mário. O celular pode ainda potencializar esse processo como mais uma fonte estimulante para o cérebro.
Se proteja da luz azul
Você sabia que a chamada luz azul ou luz visível pode ser tão prejudicial à saúde da sua pele quanto a luz do sol? E, inclusive, está relacionada a patologias como melasma, envelhecimento e câncer de pele. “Presente na nossa rotina diária, ela é capaz de promover a médio e longo prazos um quadro de eritema mesmo que subcutâneo, mas já suficiente para gerar a presença das sunburn cells (ou células que sofreram alterações importantes pela radiação ultravioleta apresentando degeneração no seu DNA, promotoras mais tarde da possibilidade de cancerização). A luz visível atua no estímulo da melanogênese, resultando em manchas”, explica Cláudia Marçal, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Então, se você precisa trabalhar com o celular o dia inteiro, use protetor solar!
"Pescoço da tecnologia" é o termo usado para designar a maneira como encurvamos nosso pescoço durante o uso de dispositivos como smartphones e computadores. Além da sobrecarga criada sobre as vértebras cervicais, que podem gerar dores e desconforto, essa posição contribui para a formação de rugas e linhas do pescoço. “A inclinação frequente da cabeça para baixo para olhar o celular, tablet ou outro dispositivo acelera o processo de envelhecimento da região”, conta a dermatologista. “Um estudo recente desenvolvido na Coréia do Sul apontou que, recentemente, o número de pacientes com rugas do pescoço vem aumentando. Além disso, um número crescente de pacientes jovens apresentou essa condição, devido ao efeito da postura que eles adotam ao olhar para baixo quando usam smartphone ou outros dispositivos. Esses movimentos repetitivos formam sulcos, como se fossem “colares cervicais” nessa região”, explica a Claudia Marçal.
Suas mãos e dedos pedem uma pausa
Digitar por horas no celular pode ser muito mais prejudicial ao seu corpo do que você imagina. Esse hábito de realizar sempre o mesmo movimento com os dedos, ou até mesmo segurar constantemente o dispositivo com uma das mãos, pode favorecer o aparecimento de uma série de problemas.
Estudo conduzido pela Universidade de Gothenburg, na Suécia, afirma que o polegar é uma das áreas mais sensíveis, por conta dos movimentos altamente repetitivos, que têm sido identificados como um potencial fator de risco para distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao uso de telefones celulares. A repetição excessiva do mesmo movimento pode causar um efeito inflamatório e, posteriormente, degenerativo nas articulações e tendões dessas regiões. Segundo a angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Academia Americana de Medicina do Estilo de Vida, o melhor a fazer é usar o expediente noturno como pauta não apenas para realizar alongamentos da região comprometida, como também estimular a circulação.