![Você usa? Saiba a origem de algumas expressões populares brasileiras](/uploads/imagens/2019/6/16/webp/voce-usa-saiba-a-origem-de-algumas-expressoes-populares-brasileiras-2609047c-c3f9-4566-936d-d8d0b047d180.png.webp)
Usada quando um grupo de pessoas racha uma despesa comum, tudo indica que a expressão tenha sido criada pela torcida do Vasco.
Na década de 1920, os fãs do time arrecadavam dinheiro para distribuir entre os jogadores em caso de vitória. O valor era inspirado em números do jogo do bicho e dependia do placar: uma vitória por 1 a 0 rendia um “coelho”, número 10 no jogo, e representava 10 mil réis.
O prêmio mais cobiçado era justamente a “vaca” – número 25, que representava 25 mil réis para os atletas. Vale acrescentar que esse prêmio só era pago em caso de vitórias históricas.
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171
Esse termo que caiu na boca do povo para classificar os estelionatários e trambiqueiros em geral faz referência ao artigo 171 do Código Penal brasileiro.
O texto estipula: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
Chorar as pitangas
A pitanga se assemelharia a uma lágrima e sua cor vermelha remeteria ao sangue. Uma adaptação à moda brasileira.
Arroz de festa
Já para Câmara Cascudo – e ele era especialista em expressões desse tipo – a culpa é do arroz-doce. A sobremesa era quase obrigatória nas festas do século 14, dado o paladar dos portugueses e brasileiros.
Logo o acepipe virou sinônimo daquelas pessoas que não perdem uma confraternização por nada. Como o arroz-doce aos poucos deixou de ser a principal guloseima, a expressão se modificou e deixou no seu lugar o arroz de festa.
Terminar em pizza
A solução foi terminar a reunião em uma pizzaria, onde a paz reinou depois de muita mussarela. O jornalista Milton Peruzzi, que acompanhava o imbróglio, registrou a seguinte manchete no Gazeta Esportiva: “Crise do Palmeiras termina em pizza”.
A expressão voltou a ganhar força na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Esse processo de retirada do governante ainda era novidade para a maior parte da população, e o termo em inglês não facilitava o entendimento (ou sua pronúncia). E, como muitos ainda duvidavam que Collor fosse mesmo punido, em vez de “terminar em impeachment”, dizia-se que o caso “terminaria em pizza” (até a sonoridade é parecida). Por isso, até hoje, o termo segue muito associado a escândalos políticos.
Sempre levando vantagem sobre os outros e colocando seus amigos em situações embaraçosas, o Amigo da Onça é a inspiração para a expressão utilizada até hoje.
As paredes têm ouvidos
Um registro similar é encontrado no clássico medieval The Canterbury Tales, em que o autor, Geoffrey Saucer, descreve que “aquele campo tinha olhos, e a madeira tinha ouvidos”.
Outra versão conta que a rainha Catarina de Médicis, esposa católica de Henrique II (rei da França) e perseguidora implacável dos huguenotes, protestantes franceses, fez furos nas paredes do palácio real para poder ouvir as pessoas das quais suspeitava.
O bloco nem sempre era um bloco, claro. Forcas profissionais tinham escadas, às vezes alçapões – enfim, diferentes recursos para “tirar o chão” do enforcado.
Supostamente, um balde também teria servido de substituto – e era chutado pelo executor na hora da morte.
Há também a lenda de que a expressão teria nascido a partir do chute que uma vaca dá no balde de leite, quando não está feliz com a ordenha.
Por a mão no fogo (por alguém)
Três dias depois, a estopa era retirada e a mão do suposto herege era checada: se estivesse queimada, o destino era a forca; se estivesse ilesa, era provada sua inocência. Daí, botar a mão no fogo virou sinônimo de atestar confiança quase cega em alguém.
Rodar a baiana
A ameaça de rodar a baiana e dar um escândalo público teria origem nos blocos de Carnaval do Rio de Janeiro, no início do século 20. Como alguns malandros aproveitavam a folia para beliscar as nádegas das moças que desfilavam, capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas para proteger as damas. Quando um engraçadinho tentava o desfrute, levava um golpe de capoeira. Quem estava de fora só via a baiana rodar e não entendia nada.
Segurar vela
Na França, a expressão “tenir la chandelle” se refere a criados que eram obrigados a segurar candeeiros enquanto seus patrões mantinham relações sexuais. Mas o serviçal deveria ficar de costas para manter a privacidade…
A cobra vai fumar
Durante a 2ª Guerra Mundial, o governo brasileiro presidido por Getúlio Vargas ora se aproximava dos Estados Unidos, ora da Alemanha nazista. Na época, era comum ouvir que seria mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. Mas entramos – do lado certo -, e como resposta à provocação, os soldados da Força Expedicionária Brasileira adotaram como símbolo um escudo com uma cobra fumando.
Santo do pau oco
No Brasil colonial, os impostos sobre o ouro e pedras preciosas eram altíssimos. Para enganar a coroa portuguesa, os mineradores recheavam o interior de santas ocas, feitas de madeira, com a maior quantidade desses bens que conseguissem. Com essa artimanha, podiam passar pelas Casas de Fundição sem pagar os impostos abusivos. Assim nasceu a expressão que hoje virou sinônimo de falsidade e hipocrisia.
Mudar da água para o vinho
Cercada de tantos cuidados e acostumada com o bem-bom, a rainha passava a ser vista como arrogante aos olhos das outras pessoas. A comodidade era tamanha que esse cuidado também valia mesmo que o bebê em questão fosse um bastardo.
Sem eira nem beira