Usada quando um grupo de pessoas racha uma despesa comum, tudo indica que a expressão tenha sido criada pela torcida do Vasco.
Na década de 1920, os fãs do time arrecadavam dinheiro para distribuir entre os jogadores em caso de vitória. O valor era inspirado em números do jogo do bicho e dependia do placar: uma vitória por 1 a 0 rendia um “coelho”, número 10 no jogo, e representava 10 mil réis.
O prêmio mais cobiçado era justamente a “vaca” – número 25, que representava 25 mil réis para os atletas. Vale acrescentar que esse prêmio só era pago em caso de vitórias históricas.
171
Esse termo que caiu na boca do povo para classificar os estelionatários e trambiqueiros em geral faz referência ao artigo 171 do Código Penal brasileiro.
O texto estipula: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
Chorar as pitangas
A pitanga se assemelharia a uma lágrima e sua cor vermelha remeteria ao sangue. Uma adaptação à moda brasileira.
Arroz de festa
Já para Câmara Cascudo – e ele era especialista em expressões desse tipo – a culpa é do arroz-doce. A sobremesa era quase obrigatória nas festas do século 14, dado o paladar dos portugueses e brasileiros.
Logo o acepipe virou sinônimo daquelas pessoas que não perdem uma confraternização por nada. Como o arroz-doce aos poucos deixou de ser a principal guloseima, a expressão se modificou e deixou no seu lugar o arroz de festa.
Terminar em pizza
A solução foi terminar a reunião em uma pizzaria, onde a paz reinou depois de muita mussarela. O jornalista Milton Peruzzi, que acompanhava o imbróglio, registrou a seguinte manchete no Gazeta Esportiva: “Crise do Palmeiras termina em pizza”.
A expressão voltou a ganhar força na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Esse processo de retirada do governante ainda era novidade para a maior parte da população, e o termo em inglês não facilitava o entendimento (ou sua pronúncia). E, como muitos ainda duvidavam que Collor fosse mesmo punido, em vez de “terminar em impeachment”, dizia-se que o caso “terminaria em pizza” (até a sonoridade é parecida). Por isso, até hoje, o termo segue muito associado a escândalos políticos.
Sempre levando vantagem sobre os outros e colocando seus amigos em situações embaraçosas, o Amigo da Onça é a inspiração para a expressão utilizada até hoje.
As paredes têm ouvidos
Um registro similar é encontrado no clássico medieval The Canterbury Tales, em que o autor, Geoffrey Saucer, descreve que “aquele campo tinha olhos, e a madeira tinha ouvidos”.
Outra versão conta que a rainha Catarina de Médicis, esposa católica de Henrique II (rei da França) e perseguidora implacável dos huguenotes, protestantes franceses, fez furos nas paredes do palácio real para poder ouvir as pessoas das quais suspeitava.
O bloco nem sempre era um bloco, claro. Forcas profissionais tinham escadas, às vezes alçapões – enfim, diferentes recursos para “tirar o chão” do enforcado.
Supostamente, um balde também teria servido de substituto – e era chutado pelo executor na hora da morte.
Há também a lenda de que a expressão teria nascido a partir do chute que uma vaca dá no balde de leite, quando não está feliz com a ordenha.
Por a mão no fogo (por alguém)
Três dias depois, a estopa era retirada e a mão do suposto herege era checada: se estivesse queimada, o destino era a forca; se estivesse ilesa, era provada sua inocência. Daí, botar a mão no fogo virou sinônimo de atestar confiança quase cega em alguém.
Rodar a baiana
A ameaça de rodar a baiana e dar um escândalo público teria origem nos blocos de Carnaval do Rio de Janeiro, no início do século 20. Como alguns malandros aproveitavam a folia para beliscar as nádegas das moças que desfilavam, capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas para proteger as damas. Quando um engraçadinho tentava o desfrute, levava um golpe de capoeira. Quem estava de fora só via a baiana rodar e não entendia nada.
Segurar vela
Na França, a expressão “tenir la chandelle” se refere a criados que eram obrigados a segurar candeeiros enquanto seus patrões mantinham relações sexuais. Mas o serviçal deveria ficar de costas para manter a privacidade…
A cobra vai fumar
Durante a 2ª Guerra Mundial, o governo brasileiro presidido por Getúlio Vargas ora se aproximava dos Estados Unidos, ora da Alemanha nazista. Na época, era comum ouvir que seria mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. Mas entramos – do lado certo -, e como resposta à provocação, os soldados da Força Expedicionária Brasileira adotaram como símbolo um escudo com uma cobra fumando.
Santo do pau oco
No Brasil colonial, os impostos sobre o ouro e pedras preciosas eram altíssimos. Para enganar a coroa portuguesa, os mineradores recheavam o interior de santas ocas, feitas de madeira, com a maior quantidade desses bens que conseguissem. Com essa artimanha, podiam passar pelas Casas de Fundição sem pagar os impostos abusivos. Assim nasceu a expressão que hoje virou sinônimo de falsidade e hipocrisia.
Mudar da água para o vinho
Cercada de tantos cuidados e acostumada com o bem-bom, a rainha passava a ser vista como arrogante aos olhos das outras pessoas. A comodidade era tamanha que esse cuidado também valia mesmo que o bebê em questão fosse um bastardo.
Sem eira nem beira