O visual ultracolorido de Baddie Winkle, acompanhado on-line por mais de três milhões de seguidores no Instagram, está de passagem pelo Rio, em tempo real. Influenciadora digital de 89 anos, essa americana que pouco tem a ver com as vovós tradicionais — ela é mais conhecida como “Glam Ma”, uma mistura de glamourosa com avó em inglês — desembarcou quarta-feira na cidade para cumprir parte da hashtag que ela divulga em sua rede social: #BadAssBucketList!, uma expressão que pode ser traduzida como lista de coisas “incríveis” para fazer antes de morrer. Ao montar a programação, que inclui viagens pela Europa e América do Norte, além do Brasil, ela decidiu realizar dois desejos em solo carioca. Baddie queria assistir a jovens sarados jogando vôlei em Ipanema e está preparada para requebrar numa aula de samba, conforme informou a coluna Gente Boa.
Após um dia de descanso em um hotel da Zona Sul, a animada Baddie começou a quinta-feira no Cristo Redentor. Apesar de não estar em sua lista oficial conhecer cartões-postais — como o Pão de Açúcar —, também era um sonho dessa moradora de Kentucky, no Meio Oeste dos Estados Unidos. Ela ganhou fama a partir de 2014, após criar um perfil no Instagram com a ajuda da bisneta, Kennedy, de 21 anos. A jovem, que no começo de tudo emprestava algumas peças de roupa ousadas para a avó vestir e causar nas redes, é quem acompanha Baddie nesta odisseia internacional, feita em parceria com o Hoteis.com.
Cada parada de Baddie, que nasceu Helen, em 1928, é devidamente documentada no Instagram. Sua página já foi abastecida com fotos das Cataratas do Niágara, no Canadá, e, em breve, terá imagens dela na Praia de Ipanema, onde, ontem à tarde, assistiu a uma partida de vôlei e, de quebra, posou ao lado dos atletas. Sem cerimônia, conferiu a anatomia dos rapazes, que levaram apertõezinhos no bumbum e ficaram impressionados com a vovó.
— Ela tem aquele visual extravagante nas fotos, mas me surpreendeu por sua simplicidade — disse Lucas Pereira, de costas na foto com Baddie.
Apesar de ter ido à praia a caráter, de maiô e chinelo — ela também levou um casaco acolchoado rosa, que rapidamente foi pendurado na cadeira diante da temperatura acima dos 30 graus —, Baddie não arriscou um mergulho:
— Mais cedo estive na praia, estava muito fria a água — disse ela, que agora está na expectativa de visitar hoje a quadra da Unidos da Tijuca, onde vai sambar: — Soube que vou usar algo especial; a escola preparou para mim.
Na lista de coisas a fazer, Baddie também inclui preparar coquetéis em um bar no último andar a céu aberto de um prédio em Nova York; marcar um touchdown (pontuação máxima) com o Dallas Cowboys (time de futebol americano); andar de helicóptero no Grand Canyon; beijar um príncipe no Palácio de Buckingham, em Londres; desfrutar de uma apresentação no Moulin Rouge, em Paris; cantar, dançar e beber em um bar irlandês tradicional, em Dublin; e curtir uma noite LGBT friendly, em Londres. Ao fim de cada jornada, a vovó volta para casa, onde faz um breve descanso para continuar as viagens.
Apesar de ainda estar no começo desta aventura, Baddie adianta que pretende voltar ao Rio num futuro próximo. Ela conta que ouviu falar sobre o clima de insegurança nas ruas, mas isso não influenciou a sua decisão. Ela vê a cidade de forma diferente:
— Sempre achei o Rio romântico, queria muito conhecer — diz ela, que está feliz com a receptividade dos cariocas: — Fui reconhecida no Cristo Redentor.
A fama, que hoje faz Baddie atrair olhares por onde passa, não era exatamente a meta quando ela começou a postar fotos na internet. Na época, a adorável vovó havia acabado de perder um filho com câncer e ainda lamentava a morte do marido em um acidente, com quem viveu por 35 anos. Ela só precisava de distração.
Muito ligada à bisneta, um dia decidiu combinar camiseta e meias da jovem com peças de seu próprio guarda-roupas. Kennedy, que também faz um estilo descontraído, e gosta de adereços chamativos e coloridos, adorou quando viu a iniciativa da bisavó. A brincadeira acabou despertando o interesse de Baddie por um visual menos convencional. Mas, numa entrevista no ano passado, ela mesma garantiu: “nunca fui do tipo que usa bege e cinza”.