Em julho do ano passado, o norte-americano Carl Groove, de 90 anos, colocou seu nome nos livros de ciclismo dos Estados Unidos ao vencer o título da categoria sprint para homens de 90 a 94 anos no Masters Track Championships, estabelecendo também um novo recorde mundial com a marca de 03:06:129.
Na semana passada, porém, Groove precisou “trocar” o título de seu recorde para o de mais velho atleta norte-americano a ser pego no doping: de acordo com a Agência Antidoping dos Estados Unidos, o senhorzinho atestou positivo para epitrembolona, um composto metabólico do anabolizante trembolona, proibido pela associação desportiva.
Ainda assim, aparentemente a situação não foi proposital, já que um dia antes da competição Carl Groove tinha feito testes toxicológicos sem nenhum problema. É possível que uma carne contaminada que o ciclista tenha ingerido na noite anterior ao evento estivesse contaminada com a substância proibida. Outro detalhe é que um dos suplementos legais usados pelo nonagenário estava contaminado com clomifeno, que também é proibido.
A mesma desculpa da carne contaminada foi dada em 2010 pelo ciclista francês Alberto Contador, que ganhou o Tour de France, mas foi pego pelo antidoping. Na ocasião, ele foi banido por 2 anos do esporte.
“O que eu posso ganhar aos 90 anos usando drogas? Me diga, porque eu simplesmente não sei!”, defendeu-se Groove. O ciclista assume que ficou triste com a confirmação do doping, mas que já superou. “Parecia que eu não tinha sido uma pessoa honesta para os outros. Eu fiquei muito preocupado com o que as pessoas vão pensar, mas sabe? Alguns acreditarão em mim e outros não”, disse conformado.
Aos 90 anos, Groove vem de uma linhagem bem longeva: seu pai chegou aos 97, enquanto sua mãe atingiu os 105. O ciclista, que foi saxofonista da Marinha durante a juventude, agora busca a marca mundial de maior distância percorrida em 1 hora para a categoria de 90 a 94 anos. Atualmente, ela está pouco acima dos 29 km.