Mais de um terço das mulheres do mundo já foi ou é constantemente surrada, abusada ou forçada a manter relações sexuais por um companheiro ou um membro da família, alertou nesta terça-feira (12) uma funcionária da ONU.
Zou Xiaoqaio, vice-presidente do Comitê para a Eliminação da Discriminação Contra as Mulheres, disse que a violência sexual só aumenta no mundo, apesar das campanhas da ONU e de outras organizações para combatê-la. Citou também dados de um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a População.
"As mulheres continuam sendo estupradas e vítimas de outras formas de violência sexual com impunidade em todo o mundo", destacou Zou. Em alguns países, as acusações de estupro podem ser invalidadas se o agressor aceitar se casar com a vítima, disse a vice-presidente do Comitê.
"Mulheres e meninas continuam sendo vendidas para o sexo em todo o mundo. Duas milhões de meninas entre cinco e 15 anos entram para o mercado sexual a cada ano", advertiu.
Ainda de acordo com o relatório, entre os 186 países que assinaram a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, de 1979, são poucos os exemplos de governos que de fato implementaram medidas para ajudar as mulheres de maneira efetiva.
Estados Unidos, Irã e Sudão são os únicos três países que ainda não assinaram a convenção, lembrou Zou.