1. Quem pode tomar esses medicamentos?
Remédios para emagrecer são indicados para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30. Se o paciente é portador de doenças que podem se agravar com o sobrepeso, como hipertensão ou diabetes, os remédios são recomendados se o IMC estiver acima de 25. Para saber seu IMC, divida seu peso pela altura. Divida o resultado novamente pela altura. Ex.: PESO/ALTURA/ALTURA = IMC (60 kg/1,70 m/1,70 m = 20 IMC)
2. Como eles agem no corpo?
Há quatro categorias de remédios usados em tratamentos para emagrecer:
- Sibutramina: age no cérebro, aumentando a sensação de saciedade após a ingestão dos alimentos. O uso por longos períodos pode causar agitação, insônia e doenças cardíacas.
- Anfetaminas: são os inibidores de apetite. Há no mercado três substâncias nessa categoria: anfepramona, femproporex e mazindol. Elas podem causar mau humor, irritação, agitação, confusões mentais e até paranoia.
- Orlistat: é a substância do Xenical. Ela age no intestino, reduzindo a absorção de gordura.
- Adjuvantes: são os remédios antidepressivos e anticonvulsivos, ministrados para elevar a autoestima e minimizar a necessidade de ingerir alimentos para melhorar o humor.
3. Quais deles causam dependência?
As anfetaminas. No cérebro, elas aumentam o fluxo dos hormônios responsáveis pelo desejo de comer. Quanto mais hormônios, menor a fome. Se ingeridas por muito tempo, as anfetaminas acostumam o cérebro a uma atividade hormonal acima do normal, causando a dependência. Por isso, especialistas recomendam que o tratamento não passe de três meses e seja acompanhado por reeducação alimentar e atividades físicas.
4. Posso combinar substâncias?
Vários médicos oferecem fórmulas que aliam essas substâncias a laxantes, diuréticos e fitoterápicos. Os endocrinologistas não recomendam. Essas fórmulas podem trazer substâncias que causam dependência química sem o conhecimento e o aval do paciente. A receita deve conter apenas uma substância.
Destaque da Matéria
Remédios para emagrecer podem causar dependência. Atente-se!
Foto: Getty Images
5. Como saber se estou viciada?
É possível detectar a dependência quando há a necessidade de tomar os remédios não mais para a perda de peso, mas para manter o pique acelerado causado por eles. Ao parar de tomar a medicação, a pessoa entra em estado de depressão e não encontra forças para encarar o cotidiano sem os remédios.
6. É possível vencer sozinha esse vício?
Há quem pare por conta própria, mas são exceções. Ao se tornar dependente, o paciente entra em um círculo vicioso em que somente a ingestão do remédio o deixa feliz. É um transtorno mental semelhante ao de dependentes químicos. Deve-se procurar ajuda profissional.
7. Quais são os tratamentos?
Há dois tipos. Um é o da ajuda mútua, em grupos de Narcóticos Anônimos, a partir do relato de superação de ex-dependentes. Já o tratamento profissional é feito em ambulatórios de hospitais universitários. As equipes de endocrinologistas, psiquiatras, psicólogos e nutricionistas ministram antidepressivos para melhorar o humor, aliados à reeducação alimentar e exercícios físicos.
8. Onde procurar ajuda?
O primeiro passo é ir a um posto de saúde. Lá, eles encaminham para a unidade de tratamento de dependentes químicos mais próxima. Outra opção é o Centro de Ajuda Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPSad). Veja a lista completa em www.senad.org.br