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Aborto: assunto de debate político e questão de prova

Aborto: assunto de debate político e questão de prova

Foi assunto recorrente na reta final das campanhas políticas a presidente do Brasil. Depois, você se deparou com o aborto também na mídia e nas conversas entre amigos. E, agora, por que não no vestibular? O Terra dá dicas de como tratar o tema sem fazer papelão.

Primeiro, é fundamental entender o conceito de aborto. "É a interrupção do desenvolvimento embrionário", explica o professor de biologia Luís Carvalho. Apesar do discurso filosófico de qual seria o momento em que se inicia a vida, quando o gameta feminino (óvulo) e o masculino (espermatozóide) unem-se, o embrião já tem os 46 cromossomos como qualquer ser humano. "Ali já está todo o mapeamento genético da pessoa", completa.

O que muitos não sabem é que o aborto não acontece apenas no útero. Depois da fecundação, há entre 5 e 6 dias para o embrião chegar lá. Enquanto isso, permanece na trompa. O método anticoncepcional DIU, por exemplo, impede que o zigoto (primeira forma do embrião) chegue ao útero após a concepção e é liberado no fluxo menstrual.

Além das questões de biologia, o aborto pode estar presente na redação. "É um excelente tema, porque gera polêmica e obriga o aluno a se posicionar", opina Luísa Canella, professora de redação. A base da dissertação deve ser realizada em cima de argumentações, e dois lados apresentam consistência: o direito do embrião à vida e o direito da mulher em relação ao seu corpo.

Luísa destaca que só porque este é um tema com muitos lados, não significa que o aluno precisa refletir igualmente sobre os prós e os contras. "O vestibulando pode discorrer mais sobre o que ele pensa, pode se posicionar logo de início". Dessa maneira, o texto fica com jeito de artigo e, assim, mais persuasivo. "Se ele for convincente para ambos os lados e concluir simplesmente com a ideia de que este é um tema polêmico, o leitor pode pensar "então qual foi o objetivo de escrever esse texto?", completa.