Tempos atrás, a técnica do esmalte para masturbação ficou muito famosa em grupos do Facebook e do WhatsApp voltados para a troca de informações e vivências sexuais entre mulheres. Segundo os relatos, a técnica provocaria sensações intensas, proporcionando um clímax muito prazeroso. Entenda como a prática surgiu, como funciona e se há riscos em adotá-la.
Para se masturbar com o vidro de esmalte, as adeptas higienizam o recipiente e o levam até o congelador. Depois de gelado, elas utilizam a parte de baixo do vidrinho para massagear a região clitoriana e atingir o orgasmo.
Quem já testou garante que a técnica é ótima para variar as sensações geradas pela masturbação, já que a baixa temperatura pode acelerar o orgasmo, mas ainda pode ser a salvação daquelas quem têm vontade de chegar ao prazer com a ajuda de objetos, mas ainda não conseguiram ou têm vergonha de comprar um vibrador.
Por que dá prazer?
Assim como a língua no sexo oral, vibradores feitos de metal e cosméticos eróticos que provocam mudanças de temperatura (esfriam ou esquentam), o esmalte gelado pode contribuir para que a mulher chegue ao orgasmo justamente pelo choque entre o quente e o frio, que potencializa a sensibilidade clitoriana e causa sensações únicas.
Como surgiu a ideia?
Há algum tempo, a indústria de artigos eróticos desenvolveu o “dildo” – objeto simula um pênis – feito de vidro. Entre as alternativas dadas pelos fabricantes estava o congelamento, ação que, devido à baixa temperatura, poderia causar sensações mais intensas na hora da estimulação clitoriana.
No entanto, o produto é feito a partir de materiais mais resistentes, grossos e seguros e, por isso, é muito caro. Foi essa característica que estimulou a criatividade de algumas mulheres, que pensaram no vidro do esmalte como um objeto para obter os mesmos resultados. “As brasileiras são muito criativas e perceberam que o frasco de esmalte também é de vidro, tem o fundinho redondo e, se gelado, causa os mesmos efeitos”, esclarece Cátia Damasceno, sexóloga formada em fisioterapia uroginecológica.
Há riscos? Posso fazer?
A técnica, no entanto, não foi indicada por nenhum especialista e tampouco avaliada em relação aos riscos que pode oferecer. Cátia diz que adotar a prática pode ser perigoso.
Embora as sensações possam mesmo ser atingidas, a especialista faz ressalvas importantes em relação aos perigos existentes em usar o esmalte para se masturbar. “Os acessórios eróticos feitos de vidro são testados e feitos de materiais com resistências e texturas adequadas, o que não acontece com o vidro de esmalte, que não é projetado para essa finalidade”, explica.
Entre os riscos, a profissional lista a possibilidade de o vidro quebrar devido ao choque térmico ou aos impactos e causar ferimentos na vulva ou na virilha; a existência de micro-organismos que podem causar alergias ou infecções; e a chance de o produto vazar, caso o vidro esteja cheio.