Algumas práticas durante as relações sexuais podem ajudar a mulher a não engravidar, bem como evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DST). A associação de métodos contraceptivos é uma dessas ações, uma vez que, se feita de maneira correta, a combinação pode trazer vantagens na hora do sexo.
“Associar métodos está muito na moda porque previne, ao mesmo tempo, a gravidez e a DST. Se temos um método que é usado corretamente, mais um segundo que também é, aumenta-se muito a segurança”, afirma Jairo Iavelberg, ginecologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Dupla proteção no sexo
Prevenir uma gestação e, simultaneamente, evitar o contágio de doenças durante o sexo é exatamente o que os médicos mais indicam na hora do sexo. “É a chamada dupla proteção: contra gravidez e DST”, enfatiza Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis.
Pela lógica da dupla proteção descrita pelo especialista, é possível garantir esse tipo segurança a partir de combinações entre um método contraceptivo hormonal com outro de barreira – ou mesmo entre dois do segundo tipo, desde que a união entre os diferentes produtos não traga comprometimento ao material.
Métodos e combinações disponíveis
Atualmente, os métodos de barreira englobam o DIU de cobre, o diafragma, as camisinhas feminina e masculina; já os hormonais envolvem o anel vaginal, o hormônio injetável, o implante subdérmico (Implanon), o adesivo hormonal, o DIU com hormônio e a pílula anticoncepcional.
A junção de uma opção do primeiro grupo com outra do segundo, ou mesmo a combinação entre alguns itens do primeiro, é muito válida na hora de buscar a dupla proteção, segundo os especialistas. “Pode-se combinar, por exemplo, a camisinha masculina com DIU hormonal ou não hormonal; a pílula e o preservativo; diafragma e preservativo”, complementa Iavelberg.
Associações entre os demais métodos descritos, para além dos citados pelo médico, também são válidos para quem busca a dupla proteção. Apenas algumas combinações merecem atenção por não ofertarem a segurança desejada ou trazerem malefícios à saúde.
Associação de contraceptivos que são perigosas
Nem toda combinação de contraceptivos é segura. Alguns métodos anticoncepcionais, quando usados ao mesmo tempo, oferecem risco de gravidez e até à saúde do casal.
“A camisinha feminina, por exemplo, não pode ser usada com o preservativo masculino, porque, desta forma, ambas irão rasgar”, explica Oliveira. Caso ocorra o rompimento do látex da camisinha, a dupla proteção se perde e há risco tanto de gravidez indesejada como de transmissão de doenças.
Já a combinação entre mais de um contraceptivo hormonal é contraindicada por ressaltar os efeitos colaterais típicos do produtos ao corpo da mulher.
“É uma redundância que não tem necessidade. Imagina usar uma pílula de baixa dosagem, que já dá efeito colateral, com mais hormônios de um segundo método que intensifica os efeitos? É uma combinação maior de hormônio”, diz Iavelberg.