O sexo é uma experiência prazerosa, vivenciada tanto individualmente quanto com outra pessoa, especialmente quando existe uma forte atração ou um vínculo significativo entre os envolvidos. Além disso, pode ser uma forma poderosa de comunicação, capaz de expressar sentimentos profundos e fortalecer relacionamentos.
Por se tratar de uma dimensão essencial da vida, muito se discute sobre como e quando dedicar tempo à atividade sexual. No entanto, não há uma resposta definitiva, pois isso varia conforme as particularidades de cada pessoa, do parceiro e do contexto. O mais importante é que a prática seja consensual, garantindo que ambos se sintam confortáveis e satisfeitos em suas expectativas mútuas.
Sabendo que cada pessoa é única em suas necessidades e valores, confira a seguir os benefícios que o sexo pode trazer quando praticado com a frequência que cada indivíduo considerar desejável.
Melhora o humor
Durante a atividade sexual, o cérebro libera endorfinas, substâncias responsáveis por gerar excitação, satisfação e bem-estar. Essas mesmas substâncias estão associadas tanto à sensação de euforia quanto à calma experimentada antes e após o orgasmo, além de estarem ligadas à resposta de recompensa que sentimos ao vivenciar diferentes formas de prazer.
Embora o sexo promova sensações positivas, não pode ser considerado um tratamento para a depressão. Ele pode, sim, proporcionar momentos agradáveis que, somados a outras experiências, ajudam a intensificar emoções prazerosas. No entanto, os sintomas depressivos exigem abordagens terapêuticas mais abrangentes e, frequentemente, multidisciplinares.
Além disso, o sexo contribui para a melhora do sono, o que pode ter um impacto positivo na insônia, um problema frequentemente associado a condições de saúde mental.
Alivia o estresse
A experiência subjetiva de estresse disfuncional (ou distress) surge quando nos sentimos sobrecarregados pelas demandas do dia a dia, impactando tanto o humor quanto o desejo sexual.
Quando somos expostos a situações estressantes por longos períodos, a frequência do desejo sexual tende a diminuir, o que pode, em alguns casos, afetar a satisfação com o parceiro. Esse efeito está relacionado aos níveis de cortisol, um hormônio essencial para enfrentar desafios, mas que, em altas concentrações ou por períodos prolongados, pode ser prejudicial.
Curiosamente, embora o estresse reduza o desejo sexual, o sexo pode ser uma ferramenta eficaz para aliviar a sobrecarga diária. Além disso, casais mais felizes costumam buscar relações sexuais nos dias subsequentes a momentos de maior estresse, beneficiando-se de forma mais intensa dos efeitos positivos da prática sexual.
Fortalece o sistema imunológico
A prática regular de atividade sexual fortalece nossas defesas fisiológicas contra vírus, bactérias e outros patógenos.
Estudos indicam, por exemplo, que manter relações sexuais ao menos três vezes por mês pode ajudar a reforçar a imunidade, protegendo não apenas contra o coronavírus, mas também contra outras doenças infecciosas.
Esse benefício para o sistema imunológico é independente da idade ou do tipo de atividade sexual, o que significa que qualquer pessoa pode aproveitá-lo em diferentes fases da vida.
Em síntese, as evidências sugerem que o aumento na frequência das relações sexuais contribui para um sistema imunológico mais resistente a ameaças externas.
Reduz a pressão arterial e a dor
A atividade sexual ajuda o sistema cardiovascular. É sabido que o sexo em casal aumenta a pressão sistólica e diastólica, que são intensificadas durante o orgasmo e atenuadas logo após.
Nas pessoas jovens, um único encontro sexual traduz-se em quase seis equivalentes metabólicos, ou seja, um consumo energético seis vezes maior do que o que teria em repouso.
Outro estudo recente sugere que a manutenção da atividade sexual durante a velhice reduz a ocorrência de problemas cardiovasculares, impactando positivamente nos fatores de risco conhecidos. Também pode contribuir para aliviar a dor.
Fortalece a relação e a conexão emocional
O sexo é importante para construir e manter o vínculo entre um casal por ser um momento para compartilhar uma experiência gratificante. Isto está relacionado à produção de oxitocina, um hormônio que contribui para o fortalecimento de todos os tipos de laços (inclusive de mãe e filho durante a amamentação).
A oxitocina ajuda a regular os comportamentos sociais e emocionais e é fundamental para o bem-estar. Ela também modula as respostas ao medo, ansiedade e estresse; sendo produzida especialmente em momentos íntimos como abraços, carícias e beijos.
O que mostra a importância de que o sexo não se limite à genitalidade, mas contemple outras formas de interação mais sutis. Embora o orgasmo seja o ponto alto da resposta sexual, as relações íntimas não devem orbitar em torno dele ou serem entendidas como incompletas caso ele não seja alcançado.
Em resumo, o sexo traz benefícios diversos. A prioridade deve ser sempre que se ajuste às necessidades das pessoas envolvidas, de modo a proporcionar momentos agradáveis e descontraídos.
Exercer pressão sobre a intensidade ou frequência é muitas vezes contraproducente. Conhecer e respeitar as nossas necessidades mútuas é o segredo.
Com informações: Joaquín Mateu Mollá (The Conversation)