Os pais do advogado Marco Túlio estavam no Voo AF 447 (Foto: Fabricio Cota/GloboEsporte.com) “Minha vida está de cabeça para baixo”, disse o advogado Marco Túlio Moreno Marques, que desde a manhã de segunda-feira (1º) quando soube do acidente com o voo da Air France, onde estavam seus pais, não consegue mais trabalhar. O advogado que mora na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, vai duas vezes por dia ao Hotel Windsor, onde estão hospedados os parentes dos passageiros para obter informações sobre o voo. Segundo Marco Túlio, seus pais, o juiz aposentado José Gregório Moreno Marques, de 72 anos, e a mãe, a advogada aposentada Maria Tereza Moreno Marques, de 79 anos, costumavam viajar com frequência para a França. “Eles viajavam para Paris como quem ia para Petrópolis. Viajavam de três a quatro vezes por ano para lá. A França era como se fosse a segunda casa deles”, contou Marco Túlio, acrescentando que esta viagem seria para comemorar o aniversário de 72 anos de José Gregório. Na manhã desta quarta-feira (3), segundo Marco Túlio, numa sala do hotel onde estão reunidos cerca de 40 parentes das vítimas da voo 447, funcionários da Marinha e da Aeronáutica informaram que foram encontrados destroços do avião da Air France a cerca de 90 quilômetros do Arquipélago de São Pedro e São Paulo. “Eles disseram que já foi encontrado um pedaço do avião com cerca de sete metros de diâmetro, dez objetos metálicos e uma mancha de óleo de aproximadamente 20 quilômetros de extensão. Não tenho mais esperanças de encontrar meus pais. Não pretendo ir para o Recife acompanhar as investigações, porque isso não vai adiantar nada", contou o advogado. O advogado contou que vai duas vezes por dia ao hotel – pela manhã e à noite – para obter informações sobre as buscas. Ele disse que as pessoas ficam reunidas numa sala com computadores, onde acessam informações através de agências francesas e internacionais de notícias. Só entram no local quem tem um cartão magnético que foi dado apenas aos parentes e a funcionários da Air France. “Ontem (segunda-feira, dia 2), um familiar chegou a comentar que teriam achado um sobrevivente. Houve uma comoção geral na sala, mas logo em seguida a informação foi desmentida. Já não tenho mais esperanças”, disse o advogado. Ele contou ainda que um grupo de parentes está se mobilizando para mandar rezar uma missa pelos passageiros, no Rio. “Não seria uma missa de sétimo dia. Seria só uma forma de celebrar a memória das pessoas queridas. Estamos trocando informações e telefones para ver quando isso pode ser feito”, disse o advogado, resignado. A