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Anticoncepcional causa problemas sexuais

Dificuldades para atingir orgasmo e falta de desejo são os mais comuns, diz pesquisa

Mulheres que usam métodos anticoncepcionais, de uso oral ou não, têm maior risco de sofrer alguma disfunção sexual, segundo um estudo alemão publicado nesta terça-feira (4) no The Journal of Sexual Medicine. As disfunções sexuais mais comuns são a falta de desejo, dificuldades de chegar ao orgasmo, problemas de lubrificação e de excitação, entre outros. É muito comum um destes problemas atingir duas a cada cinco mulheres, de acordo com a pesquisa.

Ainda segundo a pesquisa, as mulheres que tomam anticoncepcionais não hormonais têm menor risco de ter alguma disfunção sexual, mais até do que entre as mulheres que não usam nenhum método contraceptivo.

Segundo os pesquisadores Christian e Markus Wallwiener, da Universidade de Tuebingen, na Alemanha, que participam da pesquisa, ?a disfunção sexual feminina é geralmente influenciada por fatores como estresse e relacionamentos, mas nosso estudo tem mostrado que isso pode ser influenciado também por influência de hormônios adquiridos de forma externa?.

Participaram do estudo 1.086 mulheres, que responderam questões sobre problemas sexuais, estilo de vida, incluindo desejo de ter filhos e sobre seu desejo sexual. Dentre elas, 87,4% usam anticoncepcionais por pelo menos seis meses e 97,3% estavam sexualmente ativa no último mês.

Pela análise do efeito do anticoncepcional, as mulheres que usam vários tipos de contracepção ou não estavam sexualmente ativas há pelo menos um mês foram excluídas, sobrando 1.046 participantes. Com este número, 32,4% foram consideradas pacientes com risco de adquirir alguma disfunção sexual; 5,8% com alto risco de ter pouco desejo sexual, 1% distúrbio de excitação, 1,2% problemas de lubrificação, 8,7% dificuldade de chegar ao orgasmo, 2,6% com problema de satisfação sexual, e 1,1% com dor durante o ato sexual.

As participantes foram divididas em subgrupos, as que usavam anticoncepcionais hormonais via oral e não oral, contraceptivos hormonais não orais, e mulheres que não usavam nenhum tipo de contraceptivo. O grupo que mostrou menor risco de ter alguma disfunção entre as que usam contraceptivo não hormonal (31%), seguido das que não usam nenhum método anticoncepcional (29,5%) e as que usam contraceptivo oral (28,3%). O risco, no entanto, aumenta entre as que usam anticoncepcional hormonal não oral.

Segundo o editor-chefe do periódico, Irwin Goldstein, a descoberta causa um paradoxo.

- Há milhares de mulheres, especialmente as jovens no começo de sua vida sexual, que usam regularmente a contracepção hormonal por muitos anos. A ironia é que essas mulheres que permitem a liberdade em matéria de reprodução são as mesmas que sem informação pode sofrer efeitos sexuais significativos pelo uso da pílula.