O mundo parecia estar contra Ed Motta nesta semana. Engolido pela fúria as vezes fútil das redes sociais, cancelou um show agendado para o fim de semana em Porto Alegre, mas obrigações profissionais o fizeram subir ao palco do Terra da Garoa, no centro de São Paulo, na noite desta sexta feira.
E ele mandou 'Manuel' logo de cara. Começou falando do seu novo relógio branco, explicou o efeito wah wah da guitarra e disse para cair nas graças do público: "Por causa desse timbre veio a música 'Manuel'". Os aplausos iniciais relaxaram os vestígios de tensão que pudesse existir entre o gelo seco ("tá um clima meio diferente aqui, meio Rock in Rio") e o público que presenciou o show intimista que Motta prometeu.
Depois ele mandou 'Fora da Lei' ("muito feliz com essa parceria com a Rita Lee") e 'Caso Sério' (parceria de Rita com Roberto de Carvalho, "o Tom Jobim da FM") com a guitarra e suas vocalizações características, antes de subir no piano e ("meu verdadeiro companheiro ultimamente), e tocar trechos de canções de AOR (adult oriented rock, segundo o próprio), que dá título a seu álbum mais recente.
"Agora tenho que explicar tudo que eu faço na vida", brincou o cantor.
"Fiquei tenso essa semana com esse monte de loucura que falei, mearrependo de uma parte e não de outra, levei bronca em casa e Edna ficou semfalar comigo um dia todo, aí acordei e pensei 'to triste, tenho que comer umspaghetti'", disse em um momento para aplausos e gargalhadas de apoio.
"Eu queria ser você, Ed Motta", gritou um fã da plateia. "Você faz um som f..., fala uns negócios f... e f...". Aplausos. Interação constantes, sucessos e músicas novas. Não precisou de muito mais pra entreter quem esteve por ali.