Você consegue imaginar Gisele Bündchen se aposentando no Brasil pelo INSS e recebendo o valor de R$ 4.663,75 de pensão por mês? Esse teto seria o benefício a que a modelo teria direito, caso ela tivesse 30 anos de tempo de serviço comprovado em carteira ou estivesse completando 60 anos.
A situação acima, bastante improvável, mostra o que é previsto pela Previdência brasileira não somente a ela, como a qualquer pessoa que tenha recolhido a alíquota máxima de contribuição e se encaixasse em um dos perfis acima. Só que estamos falando da übermodel que, segundo a revista norte-americana "Forbes", teve ganhos estimados em US$ 47 milhões de dólares entre junho de 2013 e junho de 2014, advindos de contratos lucrativos e outros negócios. No ano passado, ela foi considerada, pela oitava vez consecutiva, a modelo mais bem paga do mundo.
Com 20 anos de carreira, a gaúcha anunciou recentemente que pretende se aposentar das passarelas e que fará seu desfile de despedida para a marca Colcci durante a SPFW, nesta quarta-feira (15). Segundo nota à imprensa emitida por Patricia Bündchen, irmã e representante da modelo no Brasil, Gisele irá se dedicar a projetos especiais e à sua família. Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, a modelo disse que sinais físicos a fizeram querer parar. "Aprendi a sentir meu corpo. Automaticamente meu corpo fala se o que faço vale a pena, e ele pediu para parar. Eu respeito meu corpo, tenho um privilégio de poder parar."
"A Gisele possui um patrimônio de US$ 451 milhões [de acordo com a 'Forbes'], o que equivale, aproximadamente, a R$ 1,38 bilhão. Se ela investir esse montante no mercado brasileiro em títulos do tesouro nacional, ela terá uma renda líquida, descontando impostos e inflação, de R$ 5,9 milhões por mês. Caso ela tenha apenas 1/3 deste patrimônio em dinheiro, sua renda vitalícia será de aproximadamente de R$ 2 milhões mensais. Não se aplica a pensão de INSS, pois bateria o teto previdenciário, que é de R$ 4.663,75", calcula Samy Dana, economista e professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Outra simulação é feita pelo consultor patrimonial e financeiro Rogerio Verolez de Castilho. Diante da falta de algumas informações importantes para um cálculo mais preciso, ele estima que, se guardados em um banco, sem render juros e com retiradas mensais de US$ 929,5 mil, os US$ 451 milhões se extinguiriam em 40 anos.
"Como deixar dinheiro parado no banco, sem investir, portanto, sem render juros, é algo que nenhum analista financeiro em sã consciência recomenda para seus clientes, o ideal é que alguém com tal soma em dinheiro disponível o aplique em diferentes modalidades de investimento."