O espetáculo ‘Casca’ que estreou ano passado durante os 25 anos do Balé da Cidade será apresentado nesta quinta- feira, às 19h30, na Casa da Cultura de Teresina. E entrada é gratuita.
De autoria do bailarino e coreógrafo Adriano Abreu, a produção é um convite ao olhar e à percepção. Os corpos estão em presença e exposição. Corpos instáveis, imagens construídas e desconstruídas em fluxo, que vão dando forma a uma dança única, construída no agora, que é sempre uma procura.
A concepção do espetáculo fala em despir-se colocando para fora tudo o que existe dentro de você. É romper as cascas próprias de cada pessoa, que acabam enrijecendo cada um, evitando de expor sentimentos e tudo o que aprisiona o eu.
A proposta de Casca diz que aqui, neste ambiente da arte e da dança, se expõe a fragilidade. Em uma coreografia que isola um dos sentidos para dançar a partir do aguçamento dos ou-tros e ver como isso reverbera no corpo.
É uma experiência sensorial. É o singular e a beleza de cada pessoa, potencializados na contramão de uma cultura ainda cheia de padrões normativos e conceitos pré-estabelecidos. Nossa existência é muito maior e mais complexa.
A apresentação faz parte do Quinta Dança, do Sesc. O projeto propõe a criação de um espaço e um calendário regular para o fomento e exibição de trabalhos coreográficos, performances e pesquisas relacionadas com o corpo que dança em Teresina e trabalhos que estejam ou estiveram em cartaz ou que estejam em processo.
O Balé da Cidade de Teresina é uma companhia pública de dança Contemporânea que vem atuando no cenário artístico local e nacional, contribuindo com o desenvolvimento e aprofundamento da dança piauiense. Vem aproximando a dança da cidade através da sua atuação compromissada em diferentes ações, como temporadas de apresentações públicas, conversas e formação continuada.
O Balé da Cidade de Teresina conta atualmente com 18 membros e é mantido pela Prefeitura Municipal de Teresina através da Associação dos Amigos do Balé da Cidade de Teresina. Tem direção de Chica Silva, coordenação artística de Janaína Lobo e ensaios de Carla Fonseca.
Janaína Lobo diz que a ideia do espetáculo surgiu quando assumiu a coordenação do Balé e criou um projeto, na época, chamado Faísca que tinha como objetivo estimular que os próprios bailarinos da companhia e criadores que estão lá dentro colocassem sua criatividade para fora, produzindo.
“E foi em um desses experimentos que surgiu o embrião do Casca. Então, o que eu fiz como coordenadora foi olhar para aquele material que estava sendo criado, vê que ele tinha a potência de virar um espetáculo maior, então em lancei essa ideia para a direção da companhia e para o Adriano. O processo de criação durou dois anos com várias interrupções. Foi um processo de amadurecimento e estreamos na comemoração dos 25 anos do Balé da Cidade”.