A leitura de livros tem sido apontada por especialistas em saúde mental como um importante instrumento para lidar com o desafio do isolamento social. Ficar em casa na companhia de um bom livro é essencial para preservar a saúde, colaborar para conter a disseminação da pandemia do Covid-19 e para enriquecer a vida interior, de acordo com a proposta da Primavera Editorial. Para colaborar com essa atitude empática e que promove o autoconhecimento, a editora tem disponibilizado eBooks gratuitamente; a ideia é que sejam dois títulos por mês. Na primeira quinzena de abril, a obra escolhida é Uma centena de Flores, da romancista Gail Tsukiyama. O livro está disponível nas plataformas Amazon, Google e Apple.
Segundo Lu Magalhães (foto), presidente da Primavera Editorial, a proposta é colaborar de alguma forma para que o isolamento social seja um momento de expandir o conhecimento e aumentar o repertório por meio da leitura qualificada. “Sabemos que há muitos brasileiros que estão trabalhando em home office, mas achamos importante que cada um de nós dedique um momento para uma leitura capaz de abrir uma janela para o mundo além da pandemia. Nosso intuito é tornar acessível, com download gratuito, uma obra que mostra a trajetória de uma personagem feminina muito forte, Kai Ying – que luta para manter a família unida frente à ausência do marido, detido pela política de Mao Tsé-Tung. Filha de uma chinesa, a escritora Gail Tsukiyama construiu uma história cativante que proporciona ao leitor um aprendizado importante sobre um contexto político e social de uma das maiores potências mundiais da atualidade”, afirma a executiva.
SOBRE UMA CENTENA DE FLORES | Na China de 1957, Mao Tsé-Tung declarou uma nova política na sociedade: “Deixem que uma centena de flores desabroche; deixem que uma centena de escolas de pensamento discorde”. Muitos intelectuais acreditaram, por medo, que a abertura fosse apenas um truque do governo. O marido de Ying Kai, Sheng, prometera não se comprometer para não colocar em perigo a própria segurança e do jovem filho, Tao. Entretanto, em uma manhã de julho, pouco antes do sexto aniversário, Tao se surpreende com a ausência do pai. Sheng é arrastado para longe, sendo acusado de escrever uma carta criticando o Partido Comunista; foi enviado para um campo de trabalho de “reeducação”. Kai Ying demonstra, em cada página, a luta diária para manter a pequena família junta face a esse lembrete chocante da ausência do marido. Os membros enfrentam as próprias culpas e segredos; esforçam-se para encontrar paz em um mundo em que o sentido de vida se perde. Outros personagens aparecem alinhando as histórias com a da família. Pessoas comuns enfrentando diariamente circunstâncias extraordinárias com graça e coragem