Um dos nomes mais lembrados e respeitados quando o assunto é dança relacionada à educação e às escolas, é o professor Roberto Freitas, de Teresina. “Dança na escola: o quê e como ensinar” é o tema do Curso 1, um dos vários que acontecerão durante o XIV Congresso Piauiense Científico da Federação Internacional de Educação Física – Delegacia Regional Piauí – FIEPI-PI, nos dias 29 de maio a 1º de junho, no Setor de Esportes da Universidade Federal do Piauí – UFPI.
Roberto Freitas é formado em Educação Física, possui mestrado em Artes Cênicas, é professor de escola pública municipal e de faculdade, foi diretor do Balé da Cidade de Teresina, realiza premiado trabalho de arte-educação e inclusão educacional junto à Escola Municipal Porfírio Cordão, desde 2005, é o coordenador da Estação Cordão de Cultura, projeto que ofertou aulas de dança, canto e teatro gratuitamente, entre outros trabalhos. O Congresso da FIEP-PI está com inscrições abertas para este e mais 12 cursos no site www.fiepi-pi.com.br
O curso será teórico-prático acontecerá no ginásio do Setor de Esportes nos dias 30 e 31 de maio, de 8h às 12 horas, com atividades que provocarão o pensar e o agir, na direção de se conseguir desenvolver a dança em toda a sua potencialidade educativa. “Experimentaremos no próprio corpo algumas atividades que podem gerar inúmeros benefícios para a formação de crianças e jovens e, principalmente, iremos refletir sobre como conduzir tais atividades, comunicando-se com a contemporaneidade, época em que vivemos e que é diferente da que fomos criados/as”, explicou o ministrante.
Segundo Roberto Freitas, ainda hoje muitos profissionais da área de educação em geral e também da Educação Física ainda olham para a dança na escola como uma atividade de entretenimento e, segundo ele, tal pensamento reduz, enormemente, o potencial educativo que essa arte tem. “Pensar a dança na escola, ou seja, enquanto meio educativo, não é produzir coreografias para eventos, não é criar “dancinhas para datas festivas” (como escuto in loco). A Dança na escola deve priorizar a ideia de um caminho de formação da pessoa enquanto cidadão/ã, preparando-o/a para a vida”, destacou o professor.
Dançar é mais do que colocar um corpo para se movimentar, dançar é viver. Para Roberto Freitas, a dança interfere no modo como os corpos se comunicam com o mundo, nos diversos domínios do crescimento e desenvolvimento humano, do corporal ao cognitivo, passando pelo socioafetivo, dentre outros possíveis. “Para além de uma melhor orientação espacial e/ou temporal, a dança pode proporcionar aos corpos um melhor conhecimento de si e das relações que se processam entre esses corpos e o mundo, ou seja, tudo que se passa em nossas vidas, a própria vida”, definiu.
Partindo do pensamento que norteia a própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC), não só a dança, mas todas as linguagens artísticas devem ser valorizadas como potentes caminhos para a formação de um cidadão. O que Roberto explica é que, porém, a falta de informação leva muitos educadores a caminhos de realização não muito produtivos, tal como o pensamento de somente se criar apresentações para os eventos da escola, ou mesmo a não utilização de determinada linguagem...”, explicou.
“Esse curso, para além do trabalho com dança, vem refletir sobre modos de se fazer educação na contemporaneidade, pensamento que deve estar no topo da lista de qualquer educador e/ou gestor escolar. Educar há muito tempo deixou de ser repasse de informações. De que adianta uma pessoa cheia de informações se ela não souber como utilizá-las em sua vida quotidiana?”, questionou.