Mais uma vez a poesia ocupa a praça Pedro II, com mais uma edição do projeto Roda de Poesia Tensão, Tesão & Criação, temporada 2019, nesta sexta-feira (18). Com uma programação gratuita e variada, começando a partir das 18h, com sarua, apresentações musicais, lançamento e feira de economia criativa, o evento já faz parte do calendário cultural da cidade há cinco anos, promovendo a valorização do Centro Histórico de Teresina, com palco aberto e foco na poesia contemporânea brasileira feita no Piauí.
O idealizador do projeto Roda de Poesia Tensão, Tesão & Criação, João Henrique Vieira, ressalta que o projeto acontece de forma coletiva, colaborativa e independente, como uma trincheira de resistência.
“O Tensão, Tesão & Criação é antes de tudo uma política cultural independente, uma trincheira de luta por nosso Centro Histórico, reunindo artistas e movimentando a praça, que infelizmente ainda sofre com o abandono do poder público e a ausência de programações culturais gratuitas. Reunimos artistas e produtores e o público chamando a atenção para nosso Centro Histórico, afirmando que praça não é lugar de medo, nem de abandono, é lugar de circulação de ideias. Junto a isso, criamos possibilidades de abrigar e expressar nossa produção poética contemporânea, formar público e novos artistas num espaço tão simbólico para nossa cidade, que é nosso Centro Histórico, nossa praça Pedro II”, afirma João Henrique Vieira.
Programação gratuita e variada
Quem abre a programação da edição de outubro será o compositor, produtor cultural e musical, Nildo Viana, que também é vocalista da banda Alma Roots. Com mais de 32 canções gravadas por artistas de todo Brasil, entre eles Tribo de Jah (MA), Shalon Israel (CE), Sérgio Panich e Jó Oliveira (PI) e formação em “composição textual”, pelo Conservatório Alcione Nazaré (MA), Nildo Viana coleciona parcerias com diversos compositores da música brasileira, como o Pernambucano Thiago Humaíta, os Maranhenses Gerude e Nosly Marinho, e os internacionais Fath String e I Congo, entre outros.
Também é um artista premiado em vários festivais, tais como Festival Chapada no Corisco (Chapadão), Cantos do Piauí, Festival Nossas Canções (PI), Festival de Pedreiras (MA), Festival de Música Carnavalesca (MA) e Festival de Música Popular Brasileira (MG).
A banda Transtorno fecha a programação musical da noite. Projeto musical de Luis Victor artista versátil, que passeia entre a música e o teatro. Com influências da produção cultural do movimento Hip Hop, Black Music e de artistas nacionais, como Liniker, Tuyo e Duda Beat, Luis Victor procura imprimir em letras profundas e beats melódicos, seus sentimentos íntimos e percepções.
O artista carrega consigo a experiência de vida na periferia da capital do Piauí, e tem alcançado destaque no cenário musical underground teresinense a partir da publicação de suas duas primeiras músicas autorais: "Estrago" e "Duvidosah" (2019), que estão disponíveis nas plataformas digitais – que já somam aproximadamente 70 mil reproduções, e mais 16 mil seguidores no Instagram.
Lançamento
A noite ainda terá o poeta e editor Demétrios Galvão (Teresina) lançando seu novo livro “Reabitar” (Ed. Moinhos/2019), seu quinto livro. Traz 30 poemas, ilustrações do artista visual piauiense Rogério Narciso e um posfácio da escritora paraense Wanda Monteiro.
Num momento de intenso barulho, a intensão de Reabitar é falar pouco e baixinho ao leitor. Uma voz sussurrada que chega como segredo, um som litúrgico de revelação. Uma forma de pensar a fala, o gesto e a existência. Reabitar o pensamento, se apoderar das palavras, das sensibilidades necessárias e essenciais para viver.
Tomar a palavra como abrigo, reabitar a palavra ancestral, mágica, mítica. Um exercício filosófico de alimentar o mistério, os enigmas. Uma filosofia da criação que parte do visível para o invisível, do material para o imaterial.
Além de poeta, Demetrios Galvão é professor e editor da revista Acrobata. É autor dos livros de poemas Fractais Semióticos (2005), Insólito (2011), Bifurcações (2014), O Avesso da Lâmpada (2017), Reabitar (2019) e do objeto poético Capsular (2015), entre outras produções poéticas.