Arte e Fest


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VIII Fliaraxá recebe mais de 30 mil pessoas

Fliaraxá contou com debates, lançamentos de livros, contação de histórias, música, exposições de arte e fotografia, grafite, teatro infantil e muito mais

“O Festival ainda terá uma ressonância na minha cabeça, um lastro durante as próximas semanas e meses”. A frase, de Valter Hugo Mãe, um dos mais destacados autores portugueses da atualidade, certamente representa o sentimento de milhares de pessoas que passaram pelo VIII Fliaraxá, que aconteceu de 19 a 23 de junho,em Araxá. Girando em torno da estrela do evento, a literatura, o Fliaraxá contou com debates, lançamentos de livros, contação de histórias, música, exposições de arte e fotografia, grafite, teatro infantil e muito mais. Ao todo,30.567 pessoas visitaram o evento, superando a expectativa de público para essa edição.

“Acredito que foi o festival da  generosidade, o festival da gratidão, do que nos une, como disse Sérgio Abranches. O que nos une a gente conseguiu consagrar aqui. Não só através dos momentos comoventes que vivemos, como os momentos de falas com o coração e não com a boca. Esse grupo de convidados nos fez  pensar que é possível, sim, criar um projeto de país”, resumiu Afonso Borges, curador e idealizador do Festival.

A emoção também foi uma marca dessa VIII edição. O ponto alto foi a entrega do Prêmio de Redação Fliaraxá Maria Amália Dumont, criado para incentivar a escrita e revelar talentos, como o da pequena Ariana Emanuelly Martins dos Santos da Silva, de 9 anos, vencedora da categoria 9 a 11 anos. A redação “Ler, viver e imaginar” levou escritores e público às lágrimas, com a sinceridade e leveza da menina, moradora da zona rural de Araxá, que se compara a Alice e que sonha em conhecer o País das Maravilhas. O Prêmio teve o envolvimento de cerca de 14.500 estudantes de 36 escolas públicas e particulares do município. Os alunos que ficaram em primeiro e segundo lugares receberam um troféu e uma premiação em dinheiro, oferecida pela   CBMM, patrocinadora master do evento.

Com o tema “Literatura, Leitura e Imaginação” e atividades que transitaram por temas relativos à questão racial e social, que permeiam o universo feminino, outros pensados especialmente para o público infantil, alguns que associam a literatura  a áreas como audiovisual e pintura, dentre outros, o Fliaraxá reuniu cerca de 180 convidados. Artistas, intelectuais, músicos, gestores culturais, contadores de histórias e outros participaram de mais 270 atividades como mesas, debates, rodas de conversas, shows musicais, apresentações teatrais, sessões de autógrafos e muito mais.

Essa oitava edição trouxe uma mudança no formato físico. A estrutura ocupou  6 mil metros quadrados do pátio do hotel, onde foram montadas a área de gastronomia, palco para apresentações, feira de economia criativa e onde ficaram estacionadas a Carreta Senac de Gastronomia e o Caminhão Museu da UFMG. Na parte interna do hotel foram utilizado 2.300 metros quadrados recebendo as livrarias e sediando grande parte da programação. “Estruturalmente, esse ano, o Fliaraxá mudou muito. O conteúdo foi para dentro. Imaginem que, em 73 anos de existência do Grande Hotel, nunca foi montada uma livraria em seu interior”, lembrou Afonso Borges. O conteúdo foi para dentro do hotel e ao redor o entretenimento, lazer e bem-estar”, reforça.

Toda a programação do Fliaraxá teve entrada gratuita, graças à Lei Federal de Incentivo à Cultura, por intermédio do patrocínio da CBMM, apoio cultural do Itaú e parceria do Sesc SP. São parceiros institucionais da edição de 2019: a Prefeitura Municipal de Araxá, a TV Integração, a TV Globo, a Câmara Brasileira do Livro, o Uniaraxá, a Academia Araxaense de Letras, o Sesi-MG, o Sesc-MG, o Senac-MG e o Sebrae-MG. A realização é da Associação Cultural Sempre um Papo, sob a coordenação geral da Rubim Produções.

Festival de grandes experiências

O patrono desta edição foi Machado de Assis, que no dia 21 de junho, sexta-feira, comemoraria o aniversário de 180 anos. Ele foi um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Uma homenagem foi realizada com a presença do atual presidente da entidade, o escritor Marco Lucchesi, acompanhado de outros acadêmicos. A Patrona Local foi a escritora Maria Santos Teixeira (in memorian). Com a presença de dois convidados especiais: Zuenir Ventura e Conceição Evaristo. O público ganhou de presente um mural feito pelo artista visual Ton retratando, com traços de grafite, Machado de Assis. Dando sequência à vocação lusófona do Festival, o autor homenageado foi o português Valter Hugo Mãe, que lançou três livros novos no país e encantou a todos com sua simplicidade e generosidade. Outra novidade é que toda parte visual do evento foi composta por ilustrações de Valter, feitas com exclusividade.

O angolano José Eduardo Agualusa  foi o convidado especial desta edição que teve a curadoria composta pelo criador do Festival, o gestor cultural Afonso Borges, pela historiadora e professora Heloisa Starling, o cientista político Sergio Abranches, a filósofa Marcia Tiburi e o educador Leo Cunha. Os curadores locais foram os escritores Luiz Humberto França, Rafael Nolli e Rodrigo Feres.

A edição 2019 do Fliaraxá trouxe nomes como Monja Coen, Thiago Lacerda, Luiz Ruffato, Schneider Carpeggiani, Paulo Werneck, Jussara Santos, Lucas Guimaraens, Leila Ferreira, Carla Madeira, Daniella Zupo, Cris Guerra, Sergio Abranches, Heloisa Starling, Clóvis de Barros Filho, Vagner Fernandes, Marina Colasanti, Aline Bei, Alice Ruiz, Cristovão Tezza, Ignácio de Loyola Brandão, Edney Silvestre, Ricardo Linhares, Graziela Azevedo, Marco Luchesi, Antonio Carlos Secchin, Sergio Sá Leitão, Marcelo Matte, Marta Porto, Antônio Torres, Maria Valéria Rezende, Míriam Leitão, Antonio Prata, Alla Mitchell, Luiz Antonio Aguiar, Pedro Bandeira, Fe Liz, Lucrécia Leite, Marco Haurélio, Salatiel Silva, Renato Zupo,  e muitos outros.

Destaca-se também o projeto ‘Sempre Um Papo’, onde os escritores conversaram descontraidamente com o público, em salas menores, durante uma hora por dia. O Caminhão Museu da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi outra atração do Festival, com a mostra “Conflitos”, que apresentou a história do Brasil.

O Fliaraxá apresentou ainda Feira de Economia Criativa, que reuniu produtores locais de Araxá, como Ângelo Caputo Maneiro Filho, que trouxe seus queijos artesanais para serem comercializados no evento. “A experiência foi sensacional. Pude apresentar o queijo artesanal, num momento em que ele está em alta”, disse o proprietário da Queijos Caputo, que teve seu estande como um dos mais procurados do evento, levando nomes como Edney Silvestre e Carla Camurati a experimentar seus queijos. Ao todo, o Festival contou com 35 expositores, sendo 29 na área de gastronomia e seis na feira de produtos artesanais.

 Fliaraxá na WEB

Com cobertura em tempo real, o Instagram do Festival teve um aumento de 2.197 seguidores nos dias do evento,  21.704 visualizações do perfil, 1.235.238 impressões  e um alcance de 413.757. Os acessos ao site somaram 148.726. No Youtube do Fliaraxá estão vídeos com os melhores momentos do evento.