Em seu álbum de estreia, o artista piauiense Fryer mira seu olhar para o futuro. Ele usa sons góticos, industriais e pós-punk com um viés contemporâneo, “The Moth - Before the Darkness”, lançado pelo selo norte-rio-grandense Nightbird Records em todas as plataformas de streaming.
“The Moth - Before the Darkness” é um curto e cru trabalho cheio de ambiências que dialogam com o cenário de caos sócio-político do Brasil atual.
“Esse é um disco conceitual que aborda várias figuras presas em um ambiente escuro onde ninguém sabe onde está, como chegou ali ou para onde está indo. Quase uma referência a Beckett. O álbum funciona como uma sátira nostálgica e atual do momento político e social que vivemos abordando temas como o narcisismo nas redes sociais e os desdobramentos políticos do Brasil nos últimos anos”, resume o artista.
Fryer é um artista visual e compositor piauiense que aborda em suas obras múltiplas questões sociais e políticas e suas ligações com temas psicológicos e emocionais. Natural de Teresina, ele traz o um olhar ao mesmo tempo enquanto pessoa nordestina e como ser humano em um mundo caótico, se conectando com as pessoas em suas exposições ou canções. A capa, de sua autoria a partir de uma colagem digital de fotografias, traz a sensação de desconforto e estranhamento proposto como ponto de partida para o início do disco.
“A ausência do rosto vem justamente para representar os pensamentos e a consciência social sendo diluídas. Não é uma persona específica. Somos todos nós perdidos. Sem ambições, sem perspectivas, sem uma imagem clara do futuro e sem rosto. O objetivo era criar uma imagem que conseguisse transmitir essa personalidade quase concreta se dissolvendo em um ambiente abstrato, no escuro, como um inseto lentamente desaparecendo na noite. A figura está suspensa nesse ambiente para significar a todos nós, que nesse momento, não sabemos para onde ir ou como seguir devido aos fatos que nos cercam em 2021”, reflete ele, que preparou artes para cada uma das faixas.
O álbum foi idealizado por Fryer ao longo de 2019. A pré-produção foi feita em um processo colaborativo com sua banda, composta por Izídio Cunha (baixo), Flávio Lopes (bateria) e Jean Medeiros (guitarra). As gravações das faixas principais ocorreram no início de 2020, de modo analógico para manter a estética proposta, no ForestLAB em Petrópolis (RJ). As faixas de transição foram gravadas em Teresina (PI), ao longo da pandemia do coronavírus em uma abordagem mais experimental. Debut do artista em formato disco, “The Moth - Before the Darkness” pode ser ouvido em todos os serviços de streaming de música.
Ficha Técnica:
Sintetizadores, vocais e guitarras: Fryer
Guitarras: Jean Medeiros
Baixo: Izídio Cunha
Bateria: Flávio Lopes
Todas as músicas compostas por: Fryer
Produção musical: Fryer
Gravação, mixagem e masterização: ForestLAB
(Exceto "A Moth Fades in the Dark", gravada em Nowhere Studios, e mixada e masterizada no ForestLAB)