Com a responsabilidade de levantar a audiência das 21h após os números abaixo do esperado de "Babilônia", o escritor também tem sobre os ombros a cobrança de repetir o sucesso do fenômeno "Avenida Brasil". Mas ele diz não encarar a tarefa como pressão. "É sempre desafiador começar uma coisa nova, o desafio é sempre bom. Vou fazer o melhor possível", garante. Parceira da novela anterior, a diretora de núcleo Amora Mautner aposta num método diferente de direção no novo trabalho, e conta que cada empreitada na TV é um risco.
"Depois de 'Avenida Brasil' a gente teve uma novela que fez muito sucesso, que foi 'Império', então eu acho que isso deixa claro que o público ainda gosta de ver novela, aprecia novelas, espera por novelas e acho que faz parte da nossa natureza. Não existe fórmula para o sucesso, a única fórmula que existe é sobre o fracasso, que é tentar agradar todo mundo. Nosso negócio é de risco, graças a Deus, se não ele para de ser artístico", diz. Boa parte da trama de "A Regra do Jogo" se passa em uma comunidade fictícia, o Morro da Macaca, onde Adisabeba (Susana Vieira) é dona da boate Caverna da Macaca e MC Merlô (Juliano Cazarré) é um funkeiro de sucesso.
O diferencial desta favela para outras vistas recentemente na ficção, como em "Babilônia" e " I Love Paraisópolis", é que é justamente um lugar inventado, diz Carneiro. "É um morro que não existe, é um pouco inspirado no Vidigal (localizado na Zona Sul do Rio), mas meio ficção científica", compara o autor, sobre a favela que "deu certo". Para Cazarré, é bom que as favelas estejam em alta nas novelas. "É bom o Brasil virar o olho para a comunidade, é uma cobrança que escuto desde criança. A TV não tem pobre, não tem favela. E a comunidade cenográfica é uma construção bem realista. O núcleo do Merlô tem uma certa liberdade poética. Estou inventando esse funkeiro, tem um pouco de fantasia, uma brincadeira também", conta.