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Blog Babilônia faz entrevista exlusiva com Manoel Carlos, autor da novela "Viver a Vida"

Manoel Carlos diz que não escreve por obrigação e conta como é o seu ritmo de trabalho para deixar prontos

Na estreia do blog, Manoel Carlos diz que não escreve por obrigação e conta como é o seu ritmo de trabalho para deixar prontos, toda semana, seis capítulos de ?Viver a Vida?

Depois de um longo e tenebroso inverno, Babilônia chega à rede. O nome do blog remete à Antiguidade Clássica, mas isso se refere, também, ao poder (não somente daquele império antigo, mas do jornalismo, das idéias e do dinheiro). Refere-se à urbanidade e à cultura e, por último, à decadência. Vocês me entendem, né?

Bem, vou entrevistar autores e cantores, gente de TV e da música, mas, me desculpem, só o pessoal de fora ? artistas, produtores culturais etc. dos grandes centros urbanos, São Paulo, Rio. Simplesmente, não vou falar da urbanidade alagoana, do ir e vir dos nossos pobres artistas, da lenga-lenga, da ladainha copiosa de traumas e frustrações na província. Faço isso em outros veículos, incluindo a revista Urupema, que não morreu não? Então neste blog é assim: de fora pra dentro porque os de dentro estão lascados mesmo e a Babilônia é lá fora, viu, é lá fora?

Pra começar, um pingpong com o autor da novela ?Viver a Vida?, Manoel Carlos.

Em 19 de janeiro de 2001, o jornal paulistano Notícias Populares estampava em sua capa: ?Autor larga novela?. Era você, afirmando a este repórter que, depois de ?Laços de Família?, não retornava mais às novelas. Bem, eu fico imaginando, isso é uma coisa que você não vai largar nunca?

Fiz mais de uma vez essa declaração. Ao fim de um trabalho exaustivo como o de escrever novelas, eu chego a jurar que não repetirei tal façanha. Mas depois vêm as férias, viajo, descanso e fico saudoso de histórias e personagens. Escrevo novelas porque gosto, não sou obrigado. E espero escrever mais histórias.

Parabéns por mais essa novela bacana e bem construída e descolada, e pela magnífica ?Maysa?. Grande encontro, você e Jayme Monjardim.

Obrigado, Jorge. O trabalho com Jayme é sempre muito produtivo. É assim desde ?Páginas da Vida?, nossa primeira parceria. E, além disto, temos uma relação muito forte de amizade, o que ajuda bastante.

Quando terminar ?Viver a Vida?, você conseguirá pensar numa outra Helena, talvez uma jovem sexagenária vivida por? Regina Duarte? Ou quem sabe, Betty Faria.

Quem sabe? Escrever uma novela dá um trabalho danado, não sobra muito tempo para pensar no que vem depois. Isso, só quando eu voltar das minhas merecidas férias!

Agora que já tem um tempo de novela, Taís Araújo, que tal?

Estou encantando com o trabalho de Taís, que é uma atriz talentosíssima e de uma dedicação impressionante. Só tenho elogios a ela.

Você conhece Alagoas, Maceió? Já tirou férias, trabalhou alguma vez por aqui? Quais suas melhores e piores impressões deste lado de cá??

Não conheço Alagoas, mas tenho muita vontade de conhecer. Sei que Maceió é uma linda cidade, com praias incríveis e um povo generoso. Quando terminar a novela e eu entrar de férias, apareço por aí.

Opa, legal. Como está sua vida, agora com a novela, muito trabalho, muita correria entre o Rio e Petrópolis? Vi você no ?Vídeo Show? com suas colaboradoras (tem de ser, né)?

Enquanto estou escrevendo uma novela, minha vida fica um caos. Minha rotina é justamente não ter rotina nenhuma. Troco o dia pela noite, como também vou pra cama às 20h, me levanto às 4h e trabalho o dia inteiro. São seis capítulos por semana, por isso nunca trabalho menos de 12 horas por dia. E, claro, conto com uma equipe exclusiva formada por cinco colaboradoras e três pesquisadoras.

Os depoimentos no final do capítulo, você participa deles, sugere pessoas?

Existe uma equipe dedicada especialmente a este trabalho, que viaja o Brasil atrás dessas belíssimas histórias de superação. Eu e Jayme assistimos a todas e selecionamos aquelas que serão exibidas após cada capítulo.