O ministro da Cultura do Brasil epresidente do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, Juca Ferreira, entregou, na tarde desta quarta-feira, o diploma de reconhecimento à Cidade Velha da Ribeira Grande de Santiago como Patrimônio Cultural da Humanidade. "Aqui foi o primeiro chão onde os portugueses tentaram sua sorte em terras tropicais. Aqui nasceu Cabo Verde, mas também o Brasil. A história de nossos países está representada de forma exemplar na arquitetura da Cidade Velha”, declarou o ministro durante a ocasião. A Cidade Velha foi o primeiro povoado europeu instalado no continente africano e, por quase três séculos, serviu como ponto essencial das movimentações lusitanas entre a Europa, África e o Brasil. Sobre a arquitetura da região, o ministro ressaltou: “A igreja de Nossa Senhora do Rosário, de simplicidade austera e formas ensimesmadas, deu origem a toda uma linhagem de construções religiosas que continuou em Olinda, Salvador, São Luís, Diamantina e outras”. Segundo Juca Ferreira, o título é merecido e vem ao encontro de um esforço para atualizar a Convenção de Patrimônio, “libertando-a do viés eurocêntrico que por tanto tempo marcou sua implementação". Além da entrega do diploma, o ministro está em Cabo Verde com o objetivo de articular uma agenda bilateral com o governo na área cultural. "A aproximação neste plano contemporâneo tem uma dimensão maior, que é a da cultura. Essas relações são horizontais, todos precisam ganhar com elas. Cabo Verde está começando a pensar em sua indústria cultural. São necessárias ações de governo para que isso ocorra. O Brasil só começou a pensar nisso há 8 anos e quero muito compartilhar essa experiência. Precisamos construir uma economia cultural que gere receita. Pretendemos fazer cooperação entre os dois países nas áreas de patrimônio, audiovisual, universidade e ajudar também com o Centro de Formação na área de patrimônio que estabeleceremos em breve com a Unesco e que servirá a todos os países latinos e da CPLP. "