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Como criticar seu chefe de um modo maduro

Crítica produtiva faz parte do ambiente profissional

A crítica é algo que faz parte do ambiente de trabalho e mesmo o mais competente dos funcionários sabe que um dia será criticado seja pelo chefe, seja por outros funcionários ou clientes. Mas e o chefe, como critica-lo? A crítica é algo essencial para o crescimento do profissional e da empresa, de modo que o chefe não pode deixar de ser criticado.

De acordo com a coach e psicóloga Simone Alves, uma tendência que temos é de tornar a crítica em apenas um relatório de defeitos do outro, o que é um grande equívoco em relação ao que a crítica realmente é.

A maneira como criticamos o chefe diz muito da nossa conduta profissional, portanto a crítica é um momento não só para o funcionário comunicar suas insatisfações, mas também para demonstrar que está em sintonia com a empresa, com o que a empresa necessita e também para demonstrar proatividade. Aprenda como estruturar sua crítica ao seu chefe de forma construtiva e profissional com as dicas abaixo.

6 regras essenciais para criticar seu chefe

É importante seguir alguns princípios para que a crítica não mude de foco e se perca no caminho como uma lista de defeitos da pessoa. Veja algumas dicas para fazer as críticas de forma profissional:

1. Não seja emocional

De acordo com Simone Alves, ser emocional demais é o maior erro que se pode cometer na hora da crítica. Muitas pessoas não têm “um filtro das suas próprias emoções e falam qualquer coisa”. O excesso de emoções não leva apenas o indivíduo a escolher palavras erradas. Para Simone, essa passionalidade implica que o indivíduo “não tem uma percepção de si mesmo e não tem também uma percepção do que acontece na empresa e com as demais pessoas”.

Portanto, procure ser racional e atenha-se aos fatos, evitando sempre trazer seu desconforto para o lado pessoal. Mesmo que você se sinta desconfortável com alguma decisão do chefe, por exemplo, é preciso entender que não é um ataque pessoal a você. Inteligência emocional é crucial para uma crítica construtiva.

2. Conheça a cultura da empresa e o seu chefe

A empresa encoraja a crítica? Qual o tipo de liderança do seu chefe? Ele é mais ou menos distante de seus funcionários? Antes de abordar o chefe, é necessário conhecer a empresa, o que ela prega, e também o seu chefe, para que você possa se preparar de forma adequada.

Um chefe mais carismático pode aceitar uma abordagem menos formal, por exemplo. Se seu chefe é muito direto, é provável que ele prefira que você seja direto na sua crítica, sem “enfeitar” demais sua introdução à crítica.

3. “Conhece-te a ti mesmo”

Tão importante quanto conhecer o perfil da empresa e do chefe é conhecer a si mesmo. Você é uma pessoa tímida? Você é confiante demais? Você fala mais do que o necessário? É preciso saber quais traços da sua personalidade podem trazer problemas para você.

Pessoas muito tímidas têm dificuldade não só de criticar, mas de se posicionar, de se impor no ambiente de trabalho, afirma Simone. É preciso que elas trabalhem essa timidez seja em um coaching, seja em uma terapia, pois a dificuldade em criticar é apenas uma manifestação de algo maior.

Da mesma forma o excesso de assertividade e autoconfiança podem levar o funcionário a erros de julgamento. Por mais experiente que o funcionário seja, o excesso de autoconfiança pode leva-lo a ignorar determinados aspectos fundamentais da empresa ou do contexto, enfraquecendo a crítica.

4. Escolha adequadamente o local da crítica

Mais uma vez a coach Simone chama atenção para a importância de conhecer a cultura da empresa e o perfil do chefe. Em alguns casos, a crítica pode ser feita em uma reunião a portas fechadas, em outros, durante a pausa do cafezinho, sempre avalie o contexto.

Nunca critique o chefe diante de outros funcionários ou chefes. Além de expor seu chefe e oferecer uma oportunidade para comentários desagradáveis e boatos, você acaba por envolver outras pessoas em um problema que é seu com o chefe.

5. Critique o comportamento, não a pessoa

“A pessoa tende muito mais a aceitar alguma coisa que tenha a ver com o comportamento dela e não com ela como um todo”, aponta Simone. Ou seja, em vez de dizer que o chefe é precipitado, destaque que assinar o contrato com determinado cliente, por exemplo, foi algo precipitado naquele momento. Generalizar e dizer que o chefe é precipitado pode deixa-lo ofendido, causando um mal-estar no relacionamento.

6. Atenha-se aos fatos

Além de ser pontual na sua crítica, é necessário oferecer fatos que sustentem sua crítica e exemplos do que você está falando. Dizer que o chefe fala alto é vago, é necessário explicar como isso interfere negativamente no trabalho.

7. Utilize a técnica do sanduíche

Antes de ir direto para a crítica, inicie com um elogio. Em seguida, comunique a crítica e termine falando novamente em algo positivo. Esse modelo não é apenas para “amenizar” ou “amortecer” a crítica, mas de acordo com Simone ele demonstra que você tem uma visão geral do que está se passando e levou em consideração todo o contexto no momento de formular sua crítica.

8. Ofereça uma solução

Oferecer uma solução para o problema é essencial, pois, para Simone Alves, isso demonstra proatividade e que você não está interessado apenas em criticar, mas em ser uma pessoa envolvida na empresa, buscando soluções independentemente do problema ser seu ou não. Quando a crítica vem sozinha pode parecer que o profissional está apenas se queixando e “se você está o tempo todo nesse perfil de queixa e não oferece nenhuma solução, esse profissional tende a ser visto como um profissional-problema”, afirma Simone Alves