Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a lipoaspiração ocupa o segundo procedimento mais realizado no Brasil. Exatamente por esse fato é que todos os interessados em modelar o corpo devem se atentar muito à qualificação dos médicos que irão fazê-las e também aos processos da técnica.
Só quem costuma questionar o especialista fica sabendo, por exemplo, que o Conselho Federal de Medicina recomenda a retirada de, no máximo, 5% a 7%, do peso corporal; que é preciso exames prévios de imagem para avaliar e descartar a presença de hérnias; e que uma simples gripe pode impedir a realização da cirurgia.
Atualmente as técnicas de lipoaspiração são muitas. Entre elas estão: hidrolipo, lipoescultura, vibrolipoaspiração, lipo a laser e minilipo. A motivação para se fazer uma lipoaspiração deve ser a busca da melhora do contorno corporal, com eliminação das indesejadas gorduras localizadas no abdômen, cintura, costas, culotes, coxas, que são difíceis de serem eliminadas somente com exercícios físicos. A técnica só está indicada para aqueles que não estão com seu peso muito acima do ideal, pois o objetivo principal não é emagrecer.
Mas como evitar os riscos? ?Além da história clínica e do exame físico do paciente, devem ser realizados exames complementares antes da cirurgia, entre eles raio X de tórax, hemograma completo, coagulograma (avalia o sistema de coagulação do sangue), avaliação da parte cardiológica e, em alguns casos, exame de imagem para avaliar e descartar a presença de hérnias. Em casos específicos, poderá ser necessária a realização de mais exames complementares?, adverte Alexandre.
Para que não haja dúvidas sobre qual é a ideal para o seu biotipo, busque saber os procedimentos e resultados de cada uma, e consulte o cirurgião plástico de sua confiança. ?As técnicas são muito parecidas, mas o resultado não é sempre o mesmo, e é neste ponto que os pacientes devem buscar a opinião dos médicos?, alerta Alexandre Barbosa, Cirurgião Plástico.
Conheça as técnicas
Hidrolipo: mais propícia para os joelhos e culotes, a hidrolipo é feita com um líquido (Ringer lactato acrescido de lidocaína e adrenalina) que é infiltrado no local, com o objetivo de encher o tecido adiposo. Por consequência o volume das células adiposas aumenta, podendo ocasionar a destruição da mesma e facilitando a ação das cânulas de lipoaspiração. Alexandre Barbosa diz que o procedimento é menos doloroso. ?Mas por outro lado, como são realizadas por partes do corpo, algumas vezes é preciso mais de uma sessão, o que pode ocasionar o custo mais elevado do que da lipoaspiração comum?.
Para o pós-operatório é necessário o uso de cinta elástica por, pelo menos, quatro semanas e drenagem linfática. Os resultados dependem da região em que foi feita a cirurgia e da quantidade de gordura, mas em geral o abdome diminui cerca de 6 cm, e o culote 8 cm. A técnica não é indicada para pessoas com o colesterol elevado, distúrbios de coagulação, mulheres grávidas, portadores de doenças crônicas descompensadas (como diabetes e hipertensão) ou que sejam alérgicas à anestesia.
Lipoescultura: o processo desta técnica poderia ser chamado também de ?operação tapa-buraco?, isto porque parte da gordura retirada - pelo mesmo processo da lipoaspiração - é injetada em áreas que necessitam de preenchimento, como, por exemplo, os glúteos, buraquinhos da celulite e sulcos da face. ?Como a gordura aplicada é do próprio paciente não há riscos de rejeição?, ressalta o cirurgião plástico. Durante o pós-operatório é comum aparecer inchaço e manchas roxas que devem sumir em 21 dias, na maioria dos casos. A paciente deve usar cinta elástica, fazer drenagem linfática e ultra-som a partir de 7 dias após a operação, com o objetivo de acelerar a recuperação e diminuir o inchaço. ?O resultado da lipoescultura aparece após 6 meses da operação, mas no quarto mês, 80% do resultado já foi atingido?, esclarece Alexandre.
Vibrolipoaspiração: este procedimento inovador consiste na introdução de mecanismos vibratórios nas cânulas de aspiração. Ao penetrar no tecido gorduroso o trauma é menor, assim como a possibilidade de irregularidades no resultado é menor. Outra vantagem do procedimento é que o sangramento, a dor no pós-operatório é menor e a recuperação é mais rápida. Após a operação é indicado o uso de cinta elástica e drenagem linfática após o 5º dia da cirurgia.
Lipo a laser: neste procedimento, um aparelho com funcionamento a laser, acoplado à cânula de aspiração de gordura, derrete a camada gordurosa, matando as células adiposas. Alexandre Barbosa afirma que o fim das células não é sinônimo de maior eficiência, pois se a aspiração não for completa, as células mesmo mortas continuam no corpo do paciente, o que pode gerar falta de regularidade na superfície da pele. Para o pós-operatório é indicado o uso de cinta elástica e drenagem linfática.
Minilipo: também conhecida como Lipo Light, a técnica é a mesma da lipoaspiração comum, o que a diferencia é que só pode ser feita em regiões com baixo índice de gordura. Além disso, não é necessário repouso nem internação, em alguns casos a paciente pode retornar a sua rotina comum no dia seguinte. É comum o inchaço permanecer até cinco dias depois da operação, e por isso é indicada a drenagem linfática.