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Deixar a Globo pode ter sido a melhor coisa para Renato Aragão

Renato tem 85 anos de idade e estava sem projeto fixo na casa há algum tempo.

O neurofilósofo, psicanalista e estudioso da mente humana Fabiano de Abreu analisa a saída de Renato Aragão da Rede Globo após 44 anos de casa e aponta, pela ótica da neurociência, como isto pode ser benéfico para a saúde mental e física do humorista.

Após 44 anos, a Rede Globo resolveu não renovar o contrato com o humorista, roteirista e apresentador Renato Aragão, que se encerrou ontem (30). Renato tem 85 anos de idade e estava sem projeto fixo na casa há algum tempo.

Em entrevista ao UOL, o eterno Trapalhão e criador de Didi Mocó, afirmou que escolheu seguir em frente e que a demissão é uma oportunidade. O neurofilósofo, psicanalista e especialista em estudos da mente humana Fabiano de Abreu concorda: “Renato Aragão está correto, ele está dando um exemplo do que é saber viver. Ele está fazendo uma neuroplasticidade, ou seja, novas conexões, com as mudanças de hábitos e ocupando a sua mente com novas metas. Isso faz com que ele se mantenha mais tempo com uma boa mente. Isso evita até mesmo doenças que causam demência no cérebro com a idade.” 

Abreu também lamenta a postura de alguns internautas na rede social, que optaram por desdenhar da trajetória profissional do humorista: “Li pessoas a dizer que ele 'já deu', que vai tarde, que não tem mais graça. Essas pessoas estão erradas. Elas não estão conseguindo enxergar através de um prisma intelectual. Ele pode ser sim engraçado e melhor, podemos achar não só graça mas também achar interessante um homem na idade dele preocupado em nos fazer sorrir enquanto muitos na idade dele estão em depressão ou amargos como fruto do ostracismo.”  

Autoterapia

O estudioso da mente humana destaca que a postura de Renato Aragão além de madura e profissional é também uma prática saudável para o equilíbrio e pleno funcionamento da mente: “O Renato deu um exemplo de talento ao longo da vida e continua a dar exemplos de como devemos viver. Usaria-o como exemplo do que é fazer uma terapia consigo mesmo, da autoterapia e da auto-ajuda, pois esta atitude é extremamente saudável do ponto de vista da neurociência.”