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Empresárias criam brechó infantil e site de roupas para gestantes

Pequenas empresas aumentam participação no mercado

O setor de comércio eletrônico vive um momento de grande expansão no Brasil. A cada ano, as pequenas empresas aumentam a participação nesse mercado, que faturou R$ 19 bilhões no ano passado. As oportunidades para os pequenos empreendedores virtuais estão nos nichos de mercados.

A empresária Rosilda Paiva vende roupas e acessórios para gestantes pela internet. São vestidos, camisas, calças, macacões, capas de amamentação e travesseiros. ?Minha filha foi procurar roupa de gestante na internet e não encontrou nenhum site vendendo. Aí a gente enxergou a oportunidade?, revela.

A empresária investiu R$ 280 mil no negócio em 2011. Rosilda cria os modelos e terceiriza a produção. Roupas para gestantes são especiais. O tecido contém elastano, para ficar moldada melhor ao corpo.

O site oferece 50 modelos especiais e vende 150 peças por mês. Os produtos são mostrados com muitas fotos.

Uma pergunta que muita gente faz é: como vender roupa pela internet, sem experimentar. Uma boa ajuda é uma tabela de medidas do site.

O cliente, com o auxílio de uma fita métrica, tira as medidas do busto, quadril, cintura, tudo em casa. Depois, compara com as medidas do site e vê qual a melhor que se encaixa no seu tamanho. Com isso, o índice de troca do site é de apenas 1%.

E para comprar é rápido. Basta escolher o produto e clicar na forma de pagamento. ?O crescimento de entregas, a meta, é passar de 5, 10 entregas, para 30 entregas diárias. Então, em mais um ano, mais ou menos, a gente consegue isso?, estima Rosilda.

A loja virtual acertou ao focar em um público que não quer ou tem dificuldade de sair de casa para fazer compras. ?Acho que é a comodidade de você ter a facilidade dentro da sua casa, com um produto de qualidade?, diz Camila Betti, que compra no site.

Brechó infantil virtual

Há uma outra empresa que é exemplo desse crescimento do mercado. As empresárias Patrícia Costa e Carine Galvão lançaram um brechó infantil virtual. Elas compram e vendem roupas usadas pela internet.

?Normalmente, a gente recebe as roupas importadas, boas, bem bacanas. Eu acho que a classe A quer vender, ela tem acesso a esse tipo de coisa e vende para a gente. O consumo já é ao contrário. Quem consome no brechó é a classe B, C, mais ou menos assim que funciona?, diz Patrícia.

As empresárias investiram R$ 100 mil no negócio. Alugaram um espaço, fizeram estoque, construíram a loja virtual e reservaram capital de giro. O preço depende da avaliação das empresárias. E é fixado por lote de 30 peças.

?Tudo tem que vir bem limpinho, em ordem, sem manchas, sem marca de desgaste, sem bolinhas, com zíper funcionando. Se não tiver em perfeito estado, a gente não compra?, afirma Carine.

As peças são pesadas ? para calcular o custo do frete ?, passadas e cadastradas.

Uma loja de roupas usadas tem uma característica: as peças são únicas e o site tem de ser reposto toda hora ? saiu uma peça, entra outra diferente no lugar. Para agilizar esse processo, nos fundos, no espaço que sobrou no meio do estoque, as empresárias montaram um estúdio. Elas tiram as fotos das peças: chegam a tirar mais de 200 por dia.

O site é dividido em duas partes: para meninos e para meninas. A cliente seleciona a idade da criança, escolhe a peça e faz a compra. Uma saia, por exemplo, italiana, Patrícia estima que custe no Brasil R$ 500, R$ 600. No site, por ser seminova, custa R$ 80.

As roupas são entregues pelos correios. Fabiana Silva é só elogios após receber uma encomenda. ?Uma calça para uma menina, para uma sobrinha minha. Linda, super conservada?, diz. O preço foi R$ 25. ?Se você vai na loja, você paga um absurdo?, diz.

As vendas do brechó virtual vão muito bem. Seis meses depois de entrar no ar, a empresa recebe mais de cem pedidos por semana. E eles crescem 30% ao mês. ?É um mercado bacana junta tecnologia com economia, e a facilidade de você receber em casa um produto com um custo muito menor", afirma Patrícia.