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Estresse pode aumentar riscos de asma

Situação pode aumentar em 40% o aparecimento da doença em adultos

O estresse no trabalho pode aumentar em até 40% as chances de desenvolver a asma, de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão através do acompanhamento por oito anos de mais de cinco mil pessoas com idades entre 40 e 65 anos.

No início e no fim do período, cada voluntário teve de falar sobre sua saúde e estilo de vida, incluindo dados sobre a asma e perturbações no campo profissional. A maior incidência de desenvolvimento da patologia ao longo do estudo foi constatada no grupo de participantes que se queixaram de longas horas de serviço, condições de trabalho desconfortáveis, cansaço e incapacidade de relaxar ao chegar em casa.

No entanto, o estudo, publicado na revista americana Allergy, enfatizou que o risco absoluto de enfermidade devido a sobrecarga profissional é pequeno, mas algumas pessoas podem sofrer danos no sistema imunológico que podem levar à asma.

Estresse na infância

Mas, não são só os adultos que sofrem com os ambientes estressantes. Outra pesquisa feita pela Universidade da Cartolina do Sul (EUA) apontou que crianças que vivem em casas onde há situações de alta tensão estão mais propensas a desenvolverem asma principalmente, quando o fator é somado à poluição do ar e à fumaça do cigarro. Depois de avaliar mais de 2.500 crianças, os pesquisadores descobriram que aquelas que viviam em famílias com mais situações de estresse tiveram 50% mais chances de desenvolver asma do que as que viviam em lares tranquilos.

Isso porque, assim como os poluentes, o estresse também pode provocar a inflamação nos pulmões. A asma é caracterizada por uma inflamação crônica dos brônquios pulmonares, cujo controle pode ser feito a partir de medicação.

E quando a asma aparece na infância, é preciso ter cuidado redobrado, como alerta o pneumologista Mario Rossetti. "Na infância, quando geralmente se manifestam os primeiros sintomas da asma, pode-se perceber um conflito emocional envolvido que é a carência afetiva natural da criança não correspondida pela mãe, que por alguma dificuldade e às vezes da própria criança, tem como resultado uma situação desconfortável não resolvida. A conscientização desta situação pela mãe, através da ação do médico neste sentido, é, portanto, a melhor solução possível para esta patologia. A ação de atenuação da carência afetiva da criança nesta fase é a de maior eficácia para se evitar as complicações nas fases subsequentes."

Asma e alergia

A doença, caracterizada pela tosse, respiração curta, sensação de aperto e chiado no peito, atinge 10% da população brasileira e é responsável por 400 mil internações e 2 mil mortes por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

Por ser crônica, a asma não tem cura, mas com o tratamento realizado de maneira preventiva e prolongada, de acordo com orientação de especialista, permite que os pacientes usufruam de excelente qualidade de vida.

"Pode-se dizer que não existe asma sem alergia e sem desconforto intenso das emoções. Para a alergia, infelizmente, a medicina até hoje ainda não tem cura. Os tratamentos com antialérgicos são eficientes apenas durante o período em que são ministrados. No entanto, se por alguma razão, o tratamento é interrompido, os sintomas alérgicos voltam a se manifestar com a mesma intensidade anterior", acredita Mario Rossetti.