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Estudantes do Rio não terão nova chance no Enem

A Defensoria Pública da União no Rio ajuizou ontem na Justiça Federal do estado uma ação civil pública para adiar a data da reaplicação da prova.

Estudantes do Rio de Janeiro não farão a segunda chamada do Enem para candidatos prejudicados por erros de impressão na prova amarela. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável no Ministério da Educação (MEC) pela aplicação do exame, divulgou na quarta-feira a relação das 218 cidades em 17 estados onde serão feitas provas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas, no dia 15, das 13h às 17h30. Os locais de prova podem ser consultados pela Internet, no site do Enem: www.enem.inep.gov.br.

Uma estudante do Rio que se identifica como Lúcia, 26 anos, vai aguardar até esta sexta-feira comunicado do MEC para decidir se recorre à Justiça. Ela fez a prova amarela e rasurou as questões com corretor líquido dado pelo fiscal, que não a orientou a fazer registro do problema em ata na sala de aula, critério utilizado pelo MEC para definir quem terá nova chance. "Abri processo no MEC no mesmo dia, mas me ignoraram", reclama.

A Defensoria Pública da União no Rio ajuizou ontem na Justiça Federal do estado uma ação civil pública para adiar a data da reaplicação da prova. Segundo o defensor federal André Ordacgy, autor da ação, a nova data vai atrapalhar os candidatos por ser em dia útil. O órgão já havia recomendado ao MEC que remarcasse a prova. Segundo Ordacgy, esses estudantes seriam penalizados duas vezes: primeiro pelos erros do Enem e, depois, porque não poderiam refazer o exame.

O defensor público também criticou o fato de até o momento não haver um número ou lista oficial dos alunos que terão direito de refazer a prova. "Faltando menos de uma semana, eles ainda não têm listagem total dos alunos. Você percebe que o procedimento foi inverso. O correto seria concluir o levantamento de quais alunos fariam a prova e depois marcar a data. Trabalhando contra o prazo, sabe-se lá se essa análise será minuciosa", suspeita Ordacgy. O último balanço divulgado pelo MEC, há duas semanas, contabilizava 2.817 estudantes nessa situação.