Quem foi Rei, às vezes, perde a majestade. E alguns quilinhos também. É o caso de Alex de Oliveira Silva, que foi Rei Momo por 10 anos no Carnaval carioca e hoje, sem cetro nem coroa, é carnavalesco da escola de samba Arranco do Engenho de Dentro. Ele foi o responsável por banir de vez a ideia de que o representante da folia brasileira tinha que ser obeso. Para se manter no cargo, Alex chegou a pesar 220 quilos.
Mas foi quando Reynaldo de Carvalho, o Bola, o Momo antecessor a ele, morreu de infarto, que Alex decidiu mudar os hábitos e a tradição: procurou um médico, fez uma cirurgia bariátrica, perdeu 70 quilos e completou o processo com três plásticas corretivas no abdômen, costas e mama. "Ser gordo era um transtorno absurdo, além de sufocante. Pesar mais de 200 quilos, cheio de roupas e estar entre as rainhas gostosas e magrinhas quase peladas não era fácil", afirma ele, hoje pesando 88 quilos, distribuídos em 1,80 de altura. "Me tornei um marco por conseguir transformar a tradição", diz, orgulhoso. "Não é fácil perder peso. Nos três primeiros meses tive auxílio psicológico, senão a pessoa pode ficar maluca. Eu comia errado e muito além do necessário. Agora as coisas mais simples da vida, como amarrar o tênis e tomar banho sozinho, ganham outro sentido".