A família da atriz Mabel Calzolari - que após quase dois anos lutando contra a aracnoidite torácica, doença rara que atinge a medula, e que teve morte cerebral confirmada na terça-feira (22) depois de 10 dias de internação no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio - autorizou a retirada dos órgãos da jovem para doação.
A atriz Monique Curi, que vinha dando apoio à atriz, conversou com a revista Quem depois do anúncio da morte e explicou que a jovem, de apenas 21 anos, sofreu paradas respiratória e cardíaca nos últimos dias. Mabel deixa um filho, Nicolas, de um ano e onze meses, da relação com o ator João Fernandes.
"Na sexta passada, durante uma convulsão, a Mabel teve uma parada respiratória e precisou ser intubada. No dia seguinte, teve uma parada cardíaca que durou 12 minutos e a situação complicou muito, já que a falta de oxigenação acabou ocasionando danos sérios ao cérebro. No domingo (20), era dia de visita e fui com a Silvinha [mãe de Mabel] e o João [Fernandes] visitá-la. Só a Silvinha pôde vê-la e os médicos informaram que ela não estava respondendo aos estímulos, explicaram que a parada cardíaca tinha afetado o cérebro", disse Monique sobre a jovem, que esteve na novela Orgulho e Paixão, da TV Globo, em 2018.
Monique explicou que, na segunda (21), a família foi chamada ao hospital. "Chegando lá, eles avisaram que ela poderia estar em morte cerebral, mas não podiam afirmar sem antes fazer todos os exames. À noite, eles pararam de sedá-la e começaram a fazer os testes e ela não respondia a mais nada. Na terça, foi confirmada a morte cerebral. Ela já tinha esboçado o desejo de doar os órgãos. Então fizeram o teste de Covid-19, o resultado foi inconclusivo e eles vão fazer outro teste. Se der negativo, ela poderá doar. A mãe dela decidiu que vai doar. Achei um gesto muito bonito. Agora a Silvinha está aguardando o pessoal da central de doação de órgãos ligar para dar continuidade ao protocolo de doação", afirmou.
Monique contou que providenciará todos os detalhes de velório e enterro da atriz. "Farei tudo. A Tata Werneck também ligou oferecendo ajuda. Aliás, a Tata sempre foi maravilhosa com a Mabel. Além de postar no Instagram pedidos de ajuda para ela, ficou amiga e deu todo apoio de afeto a ela. Além da ajuda material, a Tata foi um suporte emocional incrível para a Mabel. Ela foi muito maravilhosa", elogiou.
A DOENÇA
Monique contou que Mabel lutava para não ficar tetraplégica. "Só que de uma semana para cá, a situação piorou e ninguém mais sabia o que ela tinha. Ela tinha aracnoidite torácica, que é uma inflamação que vai enchendo a coluna de cistos. Ela fez uma primeira cirurgia em um hospital particular, quando ainda estava com o João, e estava melhorando. Mas no final do ano passado, os sintomas voltaram e ela começou a ter muitas dores nas costas e ficou sem sentir as pernas. Foi internada no Hospital Municipal Miguel Couto e a equipe era muito boa. De dezembro do ano passado até maio deste ano, ela fez nove cirurgias. As cicatrizes já não fechavam mais, eram buracos", descreveu.
Ajuda com vaquinhas
Monique contou que Nicolas, filho de Mabel, vai ficar com o pai. "Ele vai morar com o João, que é um pai maravilhoso. E a Silvinha falou que vai se instalar de vez no Rio para ficar perto do neto, para que o Nicolas tenha uma referência da mãe. Pelo menos ele é um pedacinho da Mabel. A Silvinha é cabeleireira e vai arrumar um emprego. E a vaquinha que eu tinha criado para o tratamento da Mabel vai ser toda para a Silvinha, que ficou um ano sem fazer nada, só cuidando da filha. Arrecadamos 56 mil reais e hoje tem disponível 23 mil. As duas usaram só para despesas médicas e do dia a dia. Elas moravam de aluguel na casa de uma senhorinha, atrás do Projac", afirmou.
Abalada, Monique lembrou como conheceu Mabel e se apaixonou pela atriz. "Entrevistei a Mabel no meu programa no YouTube e me encantei pela força dela. Tenho uma filha quase da idade da Mabel, a Vitória, que tem 18 anos. Quando vi a Mabel, enxerguei a minha filha nela. Então faço por ela e pela Silvinha o que gostaria que fizessem por mim e pela minha filha. E naquele momento não tinha ninguém para fazer por elas", disse.
As informações são da Revista Quem*