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Família vela estudante morto em assalto em faculdade em SP

Rapaz foi baleado no estacionamento da FEA na noite desta quarta

O pai do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, morto nesta quarta-feira (18) na Universidade de São Paulo, na Zona Oeste de São Paulo, disse nesta quinta (19), no velório do jovem, acreditar que seu filho tenha reagido a uma tentativa de assalto. O jovem foi baleado quando se aproximava de seu carro em um estacionamento da Faculdade de Economia e Administração (FEA). Segundo o projetista Osmar Paiva, pai do estudante, Felipe já havia reagido a outros dois assaltos e dizia que não deixaria que levassem seus pertences facilmente.

?Ele falou que as coisas dele ele não entregaria, então, ele deve ter tentado ir embora com o carro. Ele era forte, fazia esportes. Se ele vê um cara mais fraco que ele, ia tentar?, contou o pai, para quem o filho pode ter reagido. ?Eu acredito que sim, ele não ia entregar as coisas dele assim de graça. Ele dizia ?trabalho tanto para algum vagabundo pegar minhas coisas??. Ele não era explosivo, era muito calmo, mas dava valor para suas coisas.?



O jovem comprou um carro blindado após ser abordado por criminosos dentro de ônibus por duas vezes. Nas duas ocasiões, ele reagiu e conseguiu espantar os assaltantes. ?Eu falei ?mas você não é blindado, só o carro?. Infelizmente ele deve ter tentado fugir?, disse o pai do jovem.

Felipe trabalhava durante o dia e cursava a universidade no período noturno. Segundo a família, ele fez um ano e meio de cursinho para entrar na USP e estava a um ano e meio de se formar em ciências atuárias. Felipe namorava e pretendia se casar ao terminar o curso.

A mãe de Felipe, Zélia Ramos, também não duvida que o filho possa ter reagido. ?Não tem explicações, o delegado disse que foi uma tentativa de assalto e que teve luta corporal, ele deve ter reagido. Acho que ele deve ter tentando entrar dentro do carro naquela hora para tentar ter segurança. Ele achava que ia ter mais segurança com um carro blindado?, afirmou.

Ela também comentou o fato de o crime ter acontecido dentro do campus da USP. ?Ontem [quarta], o próprio professor dele disse que não tem segurança nenhuma lá dentro. Ele disse que tem muito sequestro relâmpago, estupro. O Felipe nunca falou de nada de lá de dentro. Falei com o diretor ontem, ele falou que tem uma ronda que fica passando. Mas uma ronda para um lugar daquele tamanho não resolveu?, afirmou.

Segundo a família, o jovem havia tirado o passaporte há cinco dias e pretendia viajar em breve ao exterior. Ele queria conhecer a França, de acordo com o pai. O enterro do jovem está marcado para as 16h desta quinta-feira no Cemitério da Saudade, em Caieiras, na Grande São Paulo.

Crime

Os pais perceberam que algo errado havia ocorrido quando o jovem não chegou em casa no horário previsto, por volta das 22h. ?Ele não chegou, a sogra dele ligou falando que tinha acontecido algo na USP e fomos para lá. Quando chegamos lá, falaram que um rapaz tinha sido assassinado. Percebemos que era o pior. Foi um golpe duro?, afirmou o pai. ?Ele não tinha vícios, ele só trabalhava e estudava. É uma perda irreparável, não sei como vou chegar em casa e encarar as coisas dele, o quarto.?