SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A atriz norte-americana Anne Heche morreu nesta sexta-feira (12), aos 53 anos. Ela estava em coma após ter sofrido um grave acidente de carro em 5 de agosto, uma semana atrás. A artista teve morte cerebral e os aparelhos foram desligados.
Familiares disseram ao jornal Daily Mail que ela seria retirada do suporte de vida após a determinação se algum de seus órgãos poderá ser doado, o que era vontade da artista. Heche foi hospitalizada no Grossman Burn Center do hospital West Hills, após sofrer uma grave lesão por anóxia cerebral.
Em 5 de agosto, a atriz dirigia em alta velocidade, em Los Angeles, quando perdeu o controle e se chocou com uma casa, provocando um incêndio no local. Em um comunicado enviado ao site People na noite desta quinta (11), um representante de Heche e de sua família agradeceu todo apoio e suporte.
"Anne tinha um coração enorme e tocou a todos que conheceu com seu espírito generoso. Mais do que seu talento extraordinário, ela viu espalhar bondade e alegria como o trabalho de sua vida -especialmente mover a agulha para a aceitação de quem você ama. Ela será lembrada por sua corajosa honestidade e muita falta por sua luz", completa o texto.
Também na noite desta quinta, fontes do Departamento de Polícia de Los Angeles disseram ao TMZ que os resultados dos exames de sangue da atriz apontaram que ela estava sob efeito de cocaína e fentanil quando sofreu o acidente.
Conhecida por filmes como "Seis Dias e Sete Noites" (1998) e "Volcano" (1997), a história de Heche inclui uma infância difícil, tendo sido abusada sexualmente pelo pai, e um relacionamento que virou sensação no final dos anos 1990, com a apresentadora Ellen DeGeneres, 64.
Nascida em Ohio, a artista era a caçula de quatro irmãos. Ela começou a trabalhar quando tinha 12 anos, para ajudar a família. Em 2001, falou no programa de Larry King, da CNN, sobre os abusos sofridos na infância pelo pai
Em sua autobiografia, chamada Call Me Crazy, Heche diz que esteve mentalmente doente na sua juventude por conta do abuso sofrido pelo pai, que morreu de Aids em 1983. Ela alegou também ter tido contato com formas de vida extraterrestre, além de ter "alter-ego", chamado Celestia.
Segundo o colunista da Folha de S.Paulo Tony Goes, Hollywood achou que Anne tinha todas as qualidades para ser uma protagonista. A partir de 1997, ela começou a acumular participações em projetos de prestígio: o policial "Donnie Brasco", ao lado de Al Pacino e Johnny Depp; o filme-catástrofe "Volcano"; a comédia política "Mera Coincidência", com Robert De Niro e Dustin Hoffman; o terror "Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado"; o remake de "Psicose", em que fazia o papel da mulher assassinada no chuveiro.
A atriz estava no elenco de algumas obras que iriam ser lançadas em breve, como "Supercell", "Chasing", "Nightmares" e "Wake". Ela deixa dois filhos Atlas, 13, do relacionamento com James Tupper, e Romer, de 20 anos.
A atriz também teve um relacionamento com a apresentadora Ellen DeGeneres. As duas namoraram por três anos, de 1997 a 2000, e, um dia após o anúncio do término, ela foi hospitalizada após bater na casa de um estranho, aparentando estar desorientada e falando coisas sem sentido.