A complexidade legal envolvendo Carlinhos Maia intensificou-se após suas declarações consideradas transfóbicas direcionadas a Liniker. O criador de conteúdo digital foi alvo de uma denúncia ao Ministério Público por transfobia devido à troca de pronomes da cantora em sua plataforma Instagram, onde possui mais de 33 milhões de seguidores. O representante legal de Agripino Magalhães Júnior, suplente de deputado estadual que iniciará um processo contra o empresário, solicitou não apenas sua detenção, mas também a retenção de seu documento de viagem internacional.
o que foi apurado?
Em nota ao jornalista Gabriel Perline, o representante legal informou que estava analisando os detalhes das infrações atribuídas a Carlinhos Maia: "Buscaremos junto ao sistema judiciário criminal medidas para sancionar e impedir que o indivíduo Carlos Maia continue a cometer infrações de intolerância e preconceito, prejudicando e desrespeitando a sociedade. Juntamente com a tipificação das infrações, serão solicitadas medidas de retenção de passaporte e tornozeleira eletrônica".
Em 24 de dezembro, Carlinhos Maia compartilhou um conteúdo em seu Instagram acompanhado de amigos, ouvindo uma composição de Liniker. Ele fez comentários sobre pronomes e a apresentação de Liniker com Priscila Senna do Recife. Suas palavras não foram bem recebidas pelos usuários da internet, que questionaram suas declarações e o teor transfóbico, especialmente por ele ser parte da comunidade LGBTQIAPN+.
O empresário rapidamente utilizou suas redes sociais, alegando ser admirador da cantora e estar sob influência de bebidas alcoólicas durante a gravação. Ele mencionou sua dificuldade em acompanhar as novas terminologias e expressou frustração com as críticas recebidas. Carlinhos finalizou sua declaração reafirmando o uso correto do pronome de Liniker, mas expressou descontentamento com a comunidade.
"Fica aqui não uma desculpa, por que não quero pedir desculpas, mas a Liniker é ela. Fica esse carinho aqui nela, vou continuar ouvindo, e a comunidade vá pra puta que pariu, não preciso de vocês para nada", concluiu.
Agripino Magalhães Júnior, suplente de deputado estadual por São Paulo, confirmou à coluna que iniciará um processo contra Carlinhos Maia por ridicularizar a artista. O defensor dos Direitos Humanos da População LGBTQIAPN+ indicou que a queixa-crime será fundamental para examinar suas condutas consideradas transfóbicas.
"Não é compreensível que uma pessoa que é LGBTQIAPN+ vem praticando! Da mesma forma como não é compreensível imitar e chamar negros de 'macacos' na TV e nos estádios. Não é compreensível e precisa acabar! E é pra isso que eu luto todos os dias! Não diminua o peso de algo que mata muitos de nós LGBTQIAPN+, todos os dias em nosso país (…) Todo preconceito é violência, toda discriminação é causa de sofrimento", disse.