Após meses de investigação, o rapper e empresário Sean "Diddy" Combs foi preso acusado de tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição, de acordo com o anunciado pela Promotoria de Nova York, nos EUA, nesta terça-feira (17). O artista se declarou inocente no tribunal, e teve o pagamento de fiança negado,  a próxima audiência deve acontecer até o dia 24, mas o julgamento segue sem data para acontecer.

SAIBA QUEM É O RAPPER

Sean "Diddy" Combs, nascido em 1969 no Harlem, Nova York, começou sua carreira musical na Uptown Records, onde se tornou diretor. Após um trágico evento em 1991, que resultou em nove mortes durante um show que ele promoveu, Combs foi demitido e fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records. 

Ele desempenhou um papel crucial no sucesso do hip hop da Costa Leste, especialmente com o rapper The Notorious B.I.G., e produziu artistas como Mary J. Blige e Mariah Carey. Como cantor, ganhou um Grammy e lançou hits como "Can't Nobody Hold Me Down" e o álbum "No Way Out".

SOBRE A INVESTIGAÇÃO

Sean "Diddy" Combs acumulou sua fortuna principalmente por meio de empreendimentos no setor de bebidas alcoólicas e sua habilidade em organizar eventos, o que fortaleceu sua marca ao longo dos anos. No entanto, ele enfrenta acusações graves de abuso sexual, coerção e violência, alegadamente utilizando seu império musical para satisfazer seus desejos e proteger sua reputação.

Segundo o promotor Damian Williams, Combs forçou mulheres a participarem de relações sexuais sob efeito de drogas, gravando os abusos, e recorria à violência quando não obtinha o que queria. "Quando não conseguia o que queria, era violento, (...) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos", disse o promotor.

O QUE DIZ A DEFESA ?

O advogado do rapper declarou em frente ao tribunal Federal de Manhattan que considera as condições da prisão de Comb “desumanas”. "Esteja onde estiver, ele tem a mesma determinação. Acredita ser inocente", declarou Marc Agnifilo. 

Além disso, o defensor disse que está decepcionado  com a decisão de prosseguir com o que ele descreve como uma "acusação injusta" por parte da Procuradoria dos Estados Unidos.

INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO

A investigação teve início após a publicação de um vídeo de uma câmera de segurança de um hotel, em maio, que mostrava Combs agredindo fisicamente sua namorada da época e arrastando-a pelo cabelo para o quarto, depois dela tentar fugir. A denúncia dela no final de 2023 foi o pontapé para a queda do magnata, que ela acusou de submetê-la por mais de uma década a coerção física e droga-la, além de estuprá-la em 2018.

Mesmo o processo sendo rapidamente resolvido fora dos tribunais, com um acordo,  uma série de denúncias de agressão sexual surgiu logo após, incluindo uma apresentada em dezembro por uma mulher que alegou que Combs e outros a estupraram em grupo quando ela tinha 17 anos. De acordo com a imprensa internacional ele pode pegar prisão perpétua, caso seja declarado culpado pelo três crimes.