Regina Duarte publicou uma retratação nas redes sociais nesta semana após ser processada pela diretora Janaína Diniz Guerra, filha da atriz Leila Diniz. A ação por uso indevido de imagem foi motivada por uma publicação em que Regina insinuava que Leila apoiou a ditadura militar e o golpe de 1964. A atriz foi condenada a se retratar, mas a defesa de Janaína entende que a artista burlou a decisão judicial.
Entenda o caso
A postagem que originou o processo consistia em um vídeo, publicado por Regina, que mostrava uma foto de Leila Diniz e outras atrizes, protestando contra a ditadura, em um contexto de apoio ao golpe militar. Janaína entrou na justiça alegando que Duarte inverteu o sentido da foto e conseguiu o direito a uma retratação pública e a uma indenização de R$ 109 mil, valor contestado pela defesa da atriz.
A retratação
“Ao publicar em 23 de dezembro de 2022, a matéria/vídeo, que incluía, entre outras, uma foto de domínio público já amplamente divulgada em jornais, livros e internet, eu pensava estar ressaltando o valor e a força da mulher, através daquele grupo de atrizes que eu amava, respeitava e eram para mim um exemplo: lutavam por seus direitos democráticos e liberdade de expressão”, disse a atriz.
Ela ainda afirmou ter agido de boa fé e jamais imaginou que alguém pudesse interpretar seu post de forma diferente ou sentir-se prejudicado. Regina também informou ter apagado o vídeo e penitenciou-se pelo uso da imagem captada em 1968 referindo-se a um movimento de 1964.
Burlando a decisão
Maria Isabel Tancredo, advogada de Janaína, declarou que a retratação foi uma tentativa de burlar a decisão da Justiça, pois Regina não esclareceu que Leila Diniz e as outras atrizes eram contra a ditadura militar.
“É evidente que não cumpre com a obrigação de explicitar aos seguidores da atriz que Leila Diniz nunca apoiou a ditadura militar e que a fotografia utilizada no conteúdo foi, na verdade, feita em um contexto de oposição ao regime e à censura”, afirmou a advogada.
Segundo ela, as decisões judiciais não existem para serem burladas, mas para serem respeitadas.