O derrame ocular, condição que afetou Patrícia Leitte, ex-participante do Big Brother Brasil (BBB), é mais comum do que se imagina, conforme o oftalmologista Alexis Galeno. Conversamos com o especialista sobre as causas, impactos e tratamento do sangramento no olho. As informações são do g1/CE.
Patrícia, que participou da 18ª edição do reality, divulgou nesta segunda-feira (9) que foi diagnosticada com derrame ocular. Em uma publicação na rede social, acompanhada de duas fotos em que aparece com uma mancha de sangue no olho esquerdo, a cearense afirma que a maior dificuldade da doença é o preconceito das pessoas em relação à aparência.
“É uma coisa bem prevalente no dia a dia, inclusive assusta bastante quem não conhece, acha que é indício de [acidente vascular cerebral] AVC, mas, na verdade, é um processo que acontece e não tem tanto perigo para o paciente ou a visão em si”, tranquiliza o oftalmologista, sobre os casos mais leves.
Contudo, há casos que requerem mais atenção médica. Veja abaixo mais informações sobre o derrame ocular.
O que é derrame ocular
Alexis explica que derrame é um termo utilizado para qualquer vaso de sangue que se rompe, ou seja, o sangue que derrama do vaso. O caso de Patrícia foi uma hemorragia subconjuntival, algo mais temporário, externo, que não tende a afetar em nada a visão e, gradativamente, o sangue vai sendo absorvido pelo corpo, sem repercussão nenhuma.
“Há derrames ou sangramentos externos, que você pode causar na parte externa do olho só a mancha vermelha e não vai repercutir em nada na tua visão. Seria semelhante a um hematoma, quando você leva uma pancada na perna, fica roxo devido ao rompimento de um vaso que sangrou ali por baixo e deixou o sangue retido”, explica Alexis, doutor em oftalmologia pela Universidade de São Paulo (USP).
“No olho, nós temos umas membranas que o cobrem que são transparentes. Então, o sangue que se rompe, às vezes, por um esforço, uma dor de cabeça muito forte, um vômito, um pequeno trauma, vai se derramar na parte externa do olho, nessa membrana que se chama conjuntiva — que é transparente — e vai ter aquele aspecto do olho bem vermelho”, complementa o oftalmologista.
O que causa o derrame ocular
Alexis informa que a hemorragia subconjuntival é algo relativamente comum, que são casos frequentemente atendidos nas urgências oftalmológicas. O oftalmologista, inclusive, listou as causas mais comuns; veja abaixo:
- Pequenas pancadas ou batidas;
- Dor de cabeça mais forte;
- Pressão do corpo mais alta;
- Prisão de ventre;
- Vômito;
- Picos de estresse.
Como tratar o derrame ocular
O médico disse que, se for uma hemorragia subconjuntival, como no caso de Patrícia, não existe tratamento, porque é um sangue que derramou e está retido no olho. Há maior preocupação quando o paciente tem algum problema de coagulação, mas um caso esporádico vai durar em torno de 10 a 15 dias.
“A única orientação que a gente passa é colocar alguma compressa com água gelada tentando estancar o sangue na hora. O próprio organismo vai absorver aquele sangue. A mancha, inicialmente, quando é externa, vai aumentando porque vai se espalhando e, em seguida, vai sendo absorvida. Não precisa de nenhum tratamento mais vigoroso”, destaca Galeno.
Apesar da maioria dos casos serem simples, há os derrames ou sangramentos das estruturas internas do olho, que tornam o procedimento mais grave, já que o sangue que cai no olho vai atrapalhar a visão. Esses casos podem ser oriundos de uma artéria, ou de um vaso, e cada um gera uma repercussão diferente no local. Alexis disse que essas condições podem não apresentar nenhum sintoma externo, mas começam a atrapalhar o processo fisiológico da visão.
“Se for um derrame interno é mais sério. É preciso avaliar através de exames a área que deixou de receber sangue, se há alguma área extensa onde o sangue derramou e vai ficar sem receber sangue, então vai ter um dano visual naquela região”, reforça o oftalmologista.
“As hemorragias, derrames intraoculares que são mais graves, podem acontecer em jovens, mas são normalmente ligados a pacientes com idade avançada, hipertensos ou que tenham outras comorbidades”, destaca o médico.
Alexis disse ainda que outra situação que requer atenção é quando o paciente tem repetidas vezes o derrame externo. “Aí é preciso investigar a causa; se é algum problema de coagulação que esse paciente tem ou se tem hipertensão arterial sistêmica descontrolada ou algum outro motivo”, complementa Galeno.